Relembrando Harry Belafonte

Falecido em 25 de abril, Belafonte foi um cantor e ativista negro que lutou contra o racismo em Hollywood e é lembrado pela sua inspiradora arte e trabalho social.

Harry Belafonte | Foto: reprodução/Fundação Perseu Abramo

Em geral, as figuras hollywoodianas não me fazem relembrá-las quando morrem. Mas o negro Harry Belafonte, que morreu em 25 de abril em New York, me trouxe uma vontade de voltar a ouvir suas interpretações. Uma música famosa com a qual ele fez sucesso, “Banana Boat (Day-O)”, tinha sem dúvida o tom rico da arte africana. E penso que essa autenticidade foi o que me atraiu mais em sua arte. Ele não foi propriamente um ator, mas participou como ator de filmes hollywoodianos pela atração principal como cantor.

E foi um dito ativista na luta contra a discriminação racial, e se ligou a Martin Luther King, a quem ajudava financeiramente. Como ator, ganhava dinheiro, mas não o gastava em farras, mas em ação social. Quando vejo uma figura como Harry Belafonte, de quem me lembrava como um garoto se lançando no cinema, e eu o destacava na minha coluna do Jornal do Commercio no Recife, então sinto o quanto já vivi, bastante, pois vejo Harry Belafonte como um velho de 96 anos.

A história social e cultural dos Estados Unidos está mais do que presente para todos nós da América do Sul. Claro, que a presença desse país tão pujante, mas também tão nefasto, chega com muito mais força ao México. Mas por mais que a gente rejeite os Estados Unidos, o país se coloca muito presentes. De uma maneira positiva quando nos encontramos com um ser humano ágil, útil e fundamental, como foi Harry Belafonte.

Olinda, 26.04.23

Lula está forte e brilhante

No meu tempo de jornalista do batente, todo o mundo considerava que a televisão era um instrumento de comunicação para o grande público, isto é, para as pessoas menos instruídas. Hoje,  eu vejo a tv GloboNews das 20h às 24h, e ali nas primeiras duas horas tem o programa “Em Pauta”, e nas outras duas o J10, a edição das 22h do jornal. A GloboNews é certamente a estação que atende a um público um pouco mais exigente. É claro que muito do que vejo me cansa, mas é bom para ficar informado sobre a realidade brasileira.

Lula durante declaração à imprensa em Londres | Foto: Ricardo Stuckert

Nas quintas-feiras, o jornal vai até as 23h, e depois durante uma hora temos a Central GloboNews de debates. Talvez seja onde a Globo coloque sua posição. E hoje, o que tivemos com a coordenação de Natuza Nery, foi uma conversa sobre a situação do Governo Lula. Claro que eles buscam apresentar uma “total independência”, e aí nós espectadores é que temos que julgar. As pessoas mais críticas sabem que essa independência é muito relativa. Depois de toda discussão, idas e vindas, ficou que Lula está muito interessado em se manter como grande liderança internacional, e está ‘cansado’ dessa coisa de governar para as coisas miúdas.

Se eu estivesse lá, eu diria simplesmente que durante toda a minha vida longa e experiência, eu nunca vi um Governo tão fundamental como Lula neste país. O Presidente, um governo que eu conheci e gostei bastante foi o de Juscelino Kubitschek. Mas o Governo Lula considero que o superou neste terceiro mandato. Me dá pena que ele tenha só quatro anos de mandato. E que tenha que suportar a ação nefasta e muito presente da Direita radical. E na verdade, pelo que se está constatando agora com todas as descobertas em torno de Bolsonaro, é o que as pessoas conscientes já sabiam. Fomos governados ou realmente desgovernados por bandidos.

Enfim, Lula não tem um Governo totalmente escolhido por ele e assim teve que aceitar pessoas escolhidas pelos Partidos. Mas independentemente disso, consegue imprimir uma linha popular e democrática à sua administração. E por isso mesmo precisa que todos nós que votamos nele façamos o máximo no sentido de apoiá-lo.

Olinda, 05.05.23

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