Segunda viagem à China (3)

A terceira parada de nossa delegação foi na milenar cidade de Chongqing, localizada na ubiquação dos rios Jialing e o Yang-Tsé (centro-oeste do país) e distante 2.500 km. de Xangai. Cidade linda, circundada por montanhas, Chongqing foi fundada a cerca de

A importância que os chineses atribuem à sua relação com o Brasil pode ser comprovada pela recepção oferecida pelo vice-prefeito da municipalidade, Yu Yuanmu, que – acompanhado pelos seus principais assessores – nos apresentou um interessante relato da situação atual da municipalidade.


 



Chongqing: o centro dinâmico da expansão ao oeste
Chongqing é, atualmente, parte central do projeto de unificação econômica do território chinês. Para termos uma idéia, a expansão ao oeste verificada na segunda metade do século XIX nos EUA, teve seu centro dinâmico em Chicago: entroncamento ferroviário, depósito de suprimento e onde se ergueria em seguida um dos maiores centros de produção intelectual do mundo. Chongqing, da mesma forma que Chicago, está localizada no meio-oeste de um país muito semelhante aos EUA em extensão leste-oeste. Os chineses – em mais este ponto – seguiram os conselhos de Lênin.


 


 


Falando em Lênin, abrimos rápido parêntese para ressaltarmos as palavras do maior revolucionário de todos os tempos, ditas a Armand Hammer, então um jovem empreendedor norte-americano interessado em investir na URSS por ocasião da NEP. Vejamos como Lênin,  ao mesmo tempo em que justifica a necessidade de concessões aos EUA, alça este país à condição de exemplo a ser seguido e obviamente alcançado: (1) “Os EUA e a URSS se complementam – disse ele – A URSS é uma nação decadente com tesouros imensos, na forma de recursos inexplorados. Os EUA podem, encontrar aqui, matérias-primas e mercado para máquinas e, depois, para produtos manufaturados. Acima de tudo, a URSS necessita da tecnologia e dos métodos americanos, como também de suas máquinas, de seus engenheiros e instrutores.” Em outro momento, “ele (Lênin) apanha um exemplar da revista Scientific American e afirma: … olhe aqui – folheando rapidamente as páginas da revista – o que seu povo fez. Isso significa progresso: edifícios, inventos, máquinas, recursos mecânicos para o trabalho braçal. A URSS de hoje encontra-se no nível de seu povo no tempo do pioneirismo. Precisamos da experiência e da fibra que transformaram a América no que ela é hoje.”



 
Retornando ao cerne da proposta de unificação, Chongqing em 1993 teve aprovada – pelo governo central – a instalação de uma Zona de Desenvolvimento Econômico. Foi apenas mais um capítulo num processo que culminou, no ano de 1997, na transformação de Chongqing – que tem sob sua jurisdição 40 distritos e vilas, 31 milhões de habitantes e um território de 82.000 km2 (seis vezes o território da Bélgica) – em municipalidade diretamente subordinada ao governo central. Este status somente havia sido conferida a outras três cidades: Pequim, Xangai e Tianjin.


 


Analisando de forma mais estratégica, percebemos que a China está abrindo as portas para o fim da secular diferença entre um litoral rico e um interior pobre e para a construção de uma nação digna de seu nome: Império do Meio. “Centro de gravidade”, nas palavras de meu mestre Armen Mamigonian (2), “para onde se dirigem, e saem fluxos financeiros, econômicos, políticos e culturais crescentes, criando fortes movimentos gravitacionais.”


 


Ressaltando ainda a importância de Chongqing, vale lembrar que o rio Yang-Tsé transporta atualmente cerca de 47,6 milhões de toneladas de carga por ano. Este enorme potencial há de ser ampliado com o aumento da velocidade do rio, por conta da construção da barragem de Três Gargantas (já citada). Lembrando, antes de 1997 a taxa média de crescimento de Chongqing era de 5%, após 1997, sua média anual passou para 11,7%. Expressão deste ritmo foi a observação realizada em um trajeto de  cerca de 30 km, percorrido em micro-ônibus por nossa delegação, ao longo do rio Yang-Tsé, quando pudemos visualizar a construção de seis pontes. O deputado José Rocha lembrou-nos, que nos mais de 2.500 km. de extensão do rio São Francisco, existem apenas cinco pontes para ligar uma margem à outra do rio…


 



Após todos perceberem o colapso do neoliberalismo no mundo e que – mesmo timidamente – a palavra socialismo volta aos alfarrábios do dia-a-dia, não faltam “receitas mágicas” para a tomada do poder. É comum que tais receitas, muitas delas produzidas na América Latina e, portanto, trazendo, inerentemente, doses de talmudismo e cristianismo, deixe de lado conceitos científicos e consagrados, tais como, “correlação de forças”, “acúmulo de forças”, “estratégia e tática” etc. Tudo passou – para muitos – a ser uma questão de tempo. Ah, faltou falar, de quem comandará este processo: os movimentos sociais como senda de um movimento mundial anticapitalista. Nada contra os “movimentos sociais”, até porque no Brasil não fosse a ação destes movimentos, a barbárie neoliberal seria muito mais avassaladora. O problema é de outra ordem e se remete à transição capitalismo x socialismo em âmbito mundial.


 


Retornando ao tema da conversa, uma análise que leve em conta a necessária – e obrigatória – visão de conjunto, deve levar em consideração que o país que mais cresce no mundo é comandado por um Partido Comunista (para Lênin, independente da base econômica, a questão de “quem exerce o poder político” é central); que este país é síntese de uma nação, que criou filosofias do nível do confucionismo e do taoísmo e tem no marxismo-leninismo sua ideologia oficial; que mesmo contra toda a corrente neoliberal, este Estado lança mão de instrumentos econômicos como o planejamento e a propriedade social dos meios de produção, o que por si só (como já dito) é suficiente para explicar como um país pode crescer tanto, há tanto tempo, o merecido papel que uma economia continental unificada (da qual Chongqing é grande expressão) poderá ter? Será que da mesma forma que Marx vislumbrou o socialismo –  em um primeiro momento – na Alemanha, Inglaterra e França, não podemos vislumbrar na China o surgimento de um novo centro dinâmico no mundo com capacidade de interferência nesta contenda de dimensões históricas? Importante lembrar que o fluxo de comércio atual interno da Ásia é muito maior que o verificado entre a Europa e os EUA. Reflitamos…


 


Fábrica de alimentos e a montadora Lifan


 


Pudemos, em Chongqing, visitar duas empresas: a primeira, a Fábrica Fulin de Alimentos. Tal fábrica recebe soja importada do Brasil e a transforma em produtos, tipo óleos diversos. Sua planta é localizada às margens do rio Yang-Tsé, o que demonstra de um lado a importância deste rio na vida econômica do país, e por outro a crescente participação dos empresários nacionais, não somente no âmbito interno, mas também na estratégia externa chinesa.


 


A Fábrica Fulin, é uma joint-venture entre capitais chineses, de Hong-Kong (Noble Group) e investimentos individuais provindos de chineses étnicos de Singapura (lembremos a questão da unificação nacional, suas estratégias e o crescente poder gravitacional chinês). Ora, com apenas cinco anos de existência, a empresa já tem um porto próprio em Nanjing e alcança um faturamento de US$ 11,6 bilhões. Repito, com apenas cinco anos de existência, a empresa conta, hoje, com escritórios em 35 países e com um porto próprio, vejam só, na Argentina. Enfim, como nos relatou nosso anfitrião, Sr. Yu Yuanmu: “Logo, estaremos prontos para enfrentar desafios maiores em âmbito mundial”.


 


A segunda empresa visitada em Chongqing foi a montadora Lifan, nascida há 14 anos, a partir da iniciativa de nove jovens empreendedores, que juntos investiram US$ 30.000, numa pequena empresa de motocicletas. Na entrada da fábrica vê-se uma série de fotografias dos donos da empresa com os quatro atuais e principais líderes do país. A  idéia é demonstrar que na China de hoje, ficar rico é glorioso e também incentivado.



 
Atualmente sua produção anual de veículos é de apenas 70.000 unidades de automóveis, tipo popular, com preço de venda de somente US$ 3.000 (fizemos um test-drive com os carros). Apesar do tamanho da produção ser ainda pequeno, temos que lembrar que a fábrica possui pouco mais de uma década e o seu objetivo para os próximos anos, nas palavras de seu presidente, Yin Mingshan, demonstra as perspectivas em relação ao futuro: “Nosso objetivo de médio prazo é travar a concorrência internacional com as grandes mundiais. E para isto contamos com o apoio de nosso governo”.


 


A vila de emigrados e a procura pela tal “ditadura sanguinária”


 


Nossa última experiência em Chongqing ocorreu numa vila de emigrados da área atingida pela represa de Três Gargantas. Antes da descrição, acredito ser necessário levantar e debater uma questão, que guarda uma certa polêmica e tem relação com a realidade observada na vila de emigrados: a questão da democracia.


 



Apesar do senso-comum proliferado pelo lobbie midiático e acadêmico (patrocinado pelo capital financeiro norte-americano e suas agências de fomento “científico”) anti-chinês no Brasil e no mundo, sou simpatizante do modelo chinês e inclusive busco, em minhas pesquisas, desmontar tais superficialidades a-históricas que propagandeiam idéias que tomam a China como sinônimo de desrespeito às “liberdades individuais”, aos “direitos humanos” e à “liberdade de imprensa”.


 


Confesso, que sempre fico buscando evidências da existência de uma tal “ditadura sanguinária” na China. Numa destas buscas – além da observação empírica – descobri que, segundo relatórios da ONU, Pequim e Xangai são as metrópoles mais seguras do mundo. Imagina-se que, por se tratar de uma “ditadura”, tais cidades estão repletas de policiais. Mentira: em comparação com  Nova Iorque (a principal cidade do “país mais livre do mundo”), Pequim tem 16,5 vezes menos policiais para cada mil habitantes que a citada metrópole. Para mim ditadura é expressão de Estado policial e neste caso Nova Iorque e outras metrópoles decadentes do centro do sistema não estão com capacidade de nos dar lições de democracia. Para quem se prende à máxima liberal que aufere a democracia de um determinado país à “liberdade de ir e vir de um cidadão” pode tomar um susto na China: difícil encontrar policiais e “bandidos” nas ruas, aliás os policiais na China andam desarmados (quase igual aos policiais do “mundo livre”?). Outro exemplo empírico pode residir no fato de que os check-ins, pelos quais passei nos aeroportos chineses, não demoraram mais do que dez minutos. Já no Aeroporto Charles De Gaulle em Paris, fui obrigado a tomar uma certa “canseira”. Afinal eu não sou culpado de ter uma feição claramente semita.


 


Por fim um lembrete: os clássicos liberais advogavam a democracia. Bonito, lindo, porém em tal “democracia” não cabiam os trabalhadores, mulheres e minorias historicamente oprimidas. A Revolução Russa de 1917 foi o início do processo de libertação política de imensas massas de trabalhadores ocidentais, que com seu poder de pressão puderam adentrar – melhor dizendo, “chutar” – as portas da institucionalidade burguesa até chegar ao ponto de colocar esta mesma institucionalidade contra a própria burguesia (prestemos atenção à Venezuela Bolivariana). Enquanto na China as mulheres, perante a lei, têm garantida igualdade com relação aos homens desde 1º de outubro de 1949, nos EUA este direito foi alcançado somente na década de 1950. Enquanto na China as minorias étnicas têm estatuto semelhante à maioria han (também desde 1949), os negros norte-americanos conquistaram direitos civis somente no final da década de 1960. Para isto Martin Luther King, assim como Sócrates na Grécia, foi devidamente assassinado por uma democracia tão decadente quanto a da Grécia antiga.


 


Um longo caminho para a democracia ainda há de ser percorrido pela China. A milenar democracia, no nível da aldeia, está sendo retomada com eleições diretas para escolha de seus chefes. Até Jimmy Carter teve de reconhecer a legitimidade destas eleições. Aonde foi parar a democracia nascida na senda da pequena produção mercantil do nordeste norte-americano e muito bem versada pelo gênio de Walt Whitman? Os negros, até hoje, vítimas da humilhação branca no sul dos Estados Unidos, ou o bravo povo iraquiano, poderão nos dar uma resposta mais convincente.


 



Retornando à narrativa, acreditei que na vila de emigrados de Três Gargantas iria ter uma prova concreta de que estava em um país tutelado por uma “terrível ditadura”. Fui ficando desanimado na medida em que o nosso interlocutor – antes de chegar ao local – passou a descrever o ambiente em que vivem 20 famílias emigradas: moram em casas de 150 m2, cuja eletricidade, televisão, rádio e móveis são financiados pelo governo central. Pensei comigo, “qual o destino de uma família pobre cuja casa foi engolida por alguma obra deste tipo no Brasil?” A resposta todos sabem: com muita sorte compram um “barraco” por R$ 5 mil (“esmola indenizatória”) em alguma favela próxima do “fim do mundo”, ou melhor, da periferia mais distante.


 


Chegando à vila, percebi que as casas realmente tinham dimensões de 150 m2. Perguntei em quais atividades estavam ocupadas estas famílias. Não precisaria ter perguntado. Acabei percebendo, pela movimentação do local, que boa parte dos membros ativos das famílias criam animais (porcos, frangos, patos) e plantam verduras em seus terrenos, a outra parte está ocupada na indústria ou na construção civil. A criação de animais e a plantação de verduras, segundo nosso interlocutor, garantem a alimentação e algum excedente econômico às famílias. Além disto, a energia gerada no local é tirada sabem de onde? das “fezes dos porcos”. Mais uma prova da capacidade de “viração” do camponês chinês.


 


Nosso interlocutor informou então, que todas as crianças têm escola garantida pelo governo. Pude notar que a veracidade da informação, pois não vi – excetuando aquelas que ainda não alcançaram a idade escolar – nenhuma criança na vila visitada. Todas estavam na escola. No caminho de volta, vi muitas delas retornando às suas residências. Algumas delas com lenços vermelhos no pescoço: tais lenços são uma distinção aos chamados “Jovens Pioneiros”, ou “comunistas mirins”. Tal distinção surgiu na década de 1930 na URSS e até hoje continua viva na China, em Cuba e no Vietnã.


 


O sorriso como marca de um povo


 


Uma característica do camponês chinês, comprovada nesta experiência (na vila de emigrados) é um constante sorriso no rosto. Parece até que o sorriso é parte da composição facial deste povo. Nesta linha de raciocínio, lembro-me ainda de um relato feito – após uma experiência de 15 dias na China – por meu querido amigo Sérgio Barroso. Segundo Barroso, toda vez que perguntava algo a um chinês, a resposta era antecedida por um sorriso. A explicação a esta observação não pode ser atribuída – pura e simplesmente – a questões meramente conjunturais. Devemos buscá-la na história.


 


A civilização chinesa é síntese de um processo de sedentarização de tribos nômades que se acentuou a cerca de 8.000 anos. Este processo culminou no povoamento das extensas planícies férteis ao longo dos rios Amarelo e Azul e no nascimento – há cerca de 5.000 anos – da civilização chinesa. Tal fertilidade do solo, relacionada à abundância de água e terras, explica em grande parte a numerosa população abrigada sob solo chinês.


 


Sabendo-se que o desenvolvimento das forças produtivas é expressão das relações homem-natureza e que tal desenvolvimento dá vazão ao surgimento de ideologias, podemos perceber que o fato de a civilização chinesa ter nascido em uma região do globo, onde o trabalho necessário para a sustentação material era, e muito, facilitada pelas condições naturais (3), o florescimento de ideologias de cunho tolerante é apenas uma conseqüência. O confucionismo e o taoísmo são os principais corpos filosóficos surgidos no seio desta civilização. Importante que tal tolerância e o “sorriso estampado”, inerentes às populações influenciadas pelas filosofias citadas, são, sob particular ponto de vista, fruto de uma formação social privilegiada do ponto de vista territorial.


 


Nas trilhas das constantes observações feitas por meu mestre Armen – e tomando como minhas suas opiniões – é mister salientar que apesar da simetria de propostas éticas, o confucionismo e o taoísmo continuam a fazer parte da formação moral e espiritual do povo chinês, enquanto que pensadores do nível de Sócrates já foram, há muito tempo, deslocados do horizonte espiritual do Ocidente


 


Por fim, além de explicar o constante “sorriso no rosto” de seu povo, a apreensão científica dos elementos constitutivos da formação social chinesa, é parte necessária à compreensão de fatos – entre eles e a título de exemplo – como a constatação da China nunca ter sido uma potência expansionista (com exceção de épocas em que dinastias estrangeiras – mongol e manchu – governaram o país). Por outro lado é bom que se diga que os EUA, desde sua independência em 1776, nunca ficou por menos de dez anos ausente de uma guerra fora de seus domínios territoriais. A história chinesa e sua atual prática concreta em matéria de relações exteriores não dão base científica à idéia propalada, que enxerga a China como uma futura “potência imperialista”.


 



Após falar das experiências nas empresas citadas acima e a vivida na vila dos emigrados, vale a pena refletirmos sobre algumas coisas. Os burocratas chineses que nos receberam pelo país, poderiam ser vistos por pelo menos dois aspectos. Aspectos que a meu ver são essenciais para quem, como eu, quer “entender o que se passa pela cabeça daquele povo”.


 


O primeiro aspecto: são políticos de alto nível. Todos preparados, teórica e ideologicamente, defendem os interesses chineses acima de qualquer coisa, enfim são herdeiros diretos do mandarinato. É bom que se diga que enquanto a Europa estava se ensangüentando em guerras religiosas, os chineses já haviam instituído como obrigatório o concurso para ingresso no serviço público. Menos remoto fica este exemplo, quando pensamos na caracterização de um comunista para Deng Xiaoping: ser firme na ideologia, mas também um quadro técnico de alto nível. Este líder revolucionário deve ter lido a afirmação de Lênin, para quem “o comunista deve ser o melhor operário da fábrica”.


 


O segundo aspecto: os políticos chineses são – além de políticos no sentido strictu sensu da palavra – muito bons comerciantes. Nesta viagem pude perceber, por exemplo, que os chineses são excelentes anfitriões, ou seja, nos hospedaram nas melhores suítes dos melhores hotéis das respectivas cidades. Brindaram-nos com enormes banquetes etc etc… Após a “aula” de como tratar um “cliente”, em seguida – sempre que possível – nos sugeriam visitar alguma empresa. Interessante notar que das empresas visitadas, todas tem alguma relação com o Brasil (ou importam ou exportam). Em todas elas, seja a matéria-prima oferecida pelo Brasil, seja a robustez do nosso mercado, interessam diretamente aos chineses.


 


Ora, como entender isto? A história pode nos ajudar. Basta constatarmos que comércio é parte da vida chinesa há pelo menos 3.700 anos. O mercado surge no China como resultado da separação da economia doméstica, da economia de ganho. Logo, não estamos lidando com “aprendizes de feiticeiro” na arte de comercializar. Assim sendo, socializo uma questão: como ter um parceiro comercial das características da China, partindo de desastrosas opções em matéria de câmbio e juros? Isso sem falar de outras aberrações do tipo contas CC-5, livre fluxo de capitais, superávit primário, “combate à inflação” etc etc… No mínimo estamos pedindo para sermos engolidos.


 


(continua)


 


Notas:


(1) Este impressionante diálogo pode ser encontrado em: HAMMER, A. & LYNDON, N.: “Hammer: um capitalista em Moscou”. Best Seller. São Paulo, 1988, págs. 121-130.
 
(2) Ver no Prefácio da publicação de nossa autoria: China: infra-estruturas e crescimento econômico (Anita Garibaldi, 2006, 256 pp.).


(3) Sobre a relação entre Trabalho Necessário e Trabalho Excedente nas diferentes zonas do globo, sugiro a leitura, em Marx, dos capítulos V e XIV do Livro 1 de O Capital.


 

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