Símbolos e significados: assim que se identifica quem é quem

“Sob o argumento de que as formas de exploração do capital mudaram, que o mundo se transformou e demais raciocínios simplistas, algumas figuras (em sua maioria externas) querem simplesmente tirar o símbolo dos comunistas de sua bandeira, esquecendo o significado que aquilo tem, rememorando períodos históricos importantes como as Revoluções Russa e Chinesa.”

Pensar no que significa cada símbolo é algo que vem dos mais longínquos tempos. Quem, ao ver um crucifixo, não identifica de cara um cristão? Ou uma estrela de Davi um seguidor do judaísmo?

Poderíamos expandir ainda mais, basta ver um torcedor vestido com a camisa do São Paulo para saber que ele é tricolor, valendo o mesmo raciocínio para os demais clubes de futebol, basquete, etc.

No comércio, o raciocínio se repete: se existe um símbolo, capaz de gerar um automático significado, este é explorado ao máximo de modo a divulgar essa marca, até ela estar presente de modo automático no subconsciente coletivo.

Também na política é assim; quem não identifica um militante petista pela sua famosa estrela? Por mais que a estrela simbolize muito mais que isso, tendo suas origens na defesa do socialismo, as coisas são o que são, e nesse caso, é bem óbvio a ligação entre a estrela e o PT, tendo inclusive, essa agremiação, criado e vendido ao longo do tempo diversas camisas e broches com o intuito, como já vimos, de divulgar sua marca.

Com base em todo esse óbvio raciocínio, que causa surpresa alguns desavisados, em sua maioria membros externos, de levantarem a hipótese de mudar o símbolo dos comunistas do Brasil. Podemos dividir em dois grupos esses sujeitos, e vamos falar um pouco de cada um.

O primeiro grupo, que poderíamos chamar de inocentes úteis, são apenas bobos alegres, que por desconhecer o óbvio raciocínio simbólico descrito no início desse texto, querem mudar as coisas sob o argumento de que o emblema comunista é coisa do passado. Mal sabem eles, que ao agir assim, atrapalham tanto a fixação do binômio símbolo-significado no subconsciente do povo como ajudam e fortalecem o segundo grupo, esse sim perigoso.

Por falar no segundo grupo, podemos descrever seus membros como capitulacionistas, do mesmo molde que Kautsky para ser exato. Esse sujeito, um dos mais ativos membros da II Internacional dos Trabalhadores, é famoso por ter negado o marxismo revolucionário em detrimento da social democracia.

Kautsky, taxado de renegado por Lênin em sua obra homônima, acabou tendo seu destino na lata de lixo do movimento operário, bem como muitos dos que repetem essas bobagens no presente um dia terão.

Sob o argumento de que as formas de exploração do capital mudaram, que o mundo se transformou e demais raciocínios simplistas, algumas figuras (em sua maioria externas) querem simplesmente tirar o símbolo dos comunistas de sua bandeira, esquecendo o significado que aquilo tem, rememorando períodos históricos importantes como as Revoluções Russa e Chinesa.

Gramsci, um dos mais geniais marxistas ocidentais do século XX, descreve com propriedade esse raciocínio liquidacionista atualmente presente, chamando-o de transformismo parlamentar.

Grosso modo, esse termo significa o sujeito, outrora revolucionário que ao provar o sabor do parlamento (e do executivo) burguês muda de lado, ou seja, o transformismo nada mais é que se adaptar ao programa de governo social democrata, conciliando os interesses de classe com os da pequena burguesia garantindo postos de governo para si e para os seus em troca de freios e migalhas ao movimento operário.

Aqueles que defendem tal postura, de fato nunca entenderam o que é e para que serve o Partido Comunista, não à toa em sua maioria nem membros são, e, os que são, em grande parte não respondem pelas ações dos marxistas revolucionários.

O que posso dizer, com toda cordialidade aos que defendem visões capitulacionistas, é que não faltam agremiações não marxistas para eles, podem escolher qual quiser entre as mais de trinta existentes em nosso país, mas no Partido Comunista, como diria Lênin, o lugar é para comunistas, não para pequeno burgueses românticos.

A foice e o martelo ficam, os renegados (como Kautsky) não.

Até a próxima.

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