Soneto do Tempo Novo
.
Publicado 05/03/2010 20:32
Chegou a chuva, nem é Março,
As folhinhas/calendários estão molhadas,
Os dias escorrem por sobre a vidraça,
Pouco além do armário de portas quebradas.
Fez-se lodo sob o tanque, as avencas
Descem pelos portais, samambaias
Infiltram-se em tudo, musgos em pencas
Cobrindo as lajes, tal e qual saias.
A vida umedeceu nas prateleiras,
Entre novelas de tevê e noites frias,
Que gelaram todos os ossos e mentes.
Brotaram dos sapatos cogumelos:
Mas assim que surgir um tempo novo,
Semearei minhas guardadas sementes.
As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor