Suframa, a balzaquiana

O francês Honoré de Balzac (1799-1850), na obra “A mulher de trinta anos”, foi quem primeiro valorizou a maturidade da mulher ao destacar a inquietude e as qualidades de Júlia d`Àiglemont, personagem principal de sua obra. Até então as mulheres estavam co

Ainda bem que esse paradigma foi rompido há tanto tempo, do contrário não poderíamos comemorar a “balzaquianidade” da nossa Zona Franca de Manaus (ZFM), que acaba de completar 40 anos.



Oficialmente a ZFM foi criada com caráter basicamente comercial. Seu pólo industrial, criado para substituir a importação de eletroeletrônicos e evitar o déficit comercial, foi uma resposta à crise mundial do preço do petróleo. Mas, para os militares, sua criação obedecia à lógica de “proteção das fronteiras” e de “adensamento populacional do grande vazio amazônico”.



Como se pode constatar, a ZFM não é um projeto meramente econômico. É um projeto geopolítico, de superação da profunda desigualdade regional e de reafirmação da soberania nacional sobre a região amazônica.



Experimentou um largo crescimento de mão de obra extensiva até 1990, quando atingiu em torno de 90 mil operários. A partir de então, com o advento da política neoliberal (Collor e FHC), minguou sistematicamente até mais ou menos 30 mil operários.



Atualmente, graças a sua prorrogação, a determinação do presidente de assegurar a produção da TV digital em Manaus e a eficiência gerencial, o modelo vive um de seus melhores momentos, tanto de faturamento quanto de expansão da mão de obra.



Isso não evita, entretanto, que ela continue recebendo ataques da elite econômica nacional, cuja matriz de pensamento é de elevado conteúdo colonial. E na lógica colonial as colônias não podem se desenvolver, pois o seu “destino manifesto” é de tão somente fornecer matéria prima e mão obra barata para o colonizador.

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