Também era fã dele

No meu livro Nação Hip Hop ( UNE, 2.000 ) eu já abro ele falando da importância do Michael Jackson para a dança e para o hip-hop. No livro Hip-Hop a Lápis cito ele já na entrada do artigo a Evolução da Revolução da Espécie. O Rainério também o aborda de o

Ele influenciou milhões de pessoas pelo mundo em especial, eu mesmo, pois  com 14 anos em 1984 tinha um grupo de dança de  coreografias do Michael Jackson, como quase todos os adolescentes daquela época, também tentava imita-lo.


 


Me lembro também que a Rede Globo anunciava a semana inteira na programação que no “ próximo domingo,  no Fantástico, Michael Jackson irá apresentar seu novo sucesso”. Todo mundo ficava na expectativa, pois só iria poder ver ali e olhe lá, o novo vídeo clipe!


 


Na primeira metade dos anos 80 no Brasil, não tinha  nem vídeo-cassete, computadores era só na Nasa, DVD era coisa de Star Trek e Internet ninguém sonhava, nem o maior escritor de ficção científica. ( Imagina ser jovem nesta época? ).
Todo mundo sabia que quando Michael anunciava seu clipe, ele viria com alguma inovação tecnológica, de figurino ou linguagem. Coisa hoje, que é difícil acontecer: alguém inovar tanto em sua época.


 


Michael Jackson reinventou  em tudo: dança, estilo, compassos musicais, usou e abusou na nova linguagem que estava aparecendo, que era a multimídia aliada ao marketing: o artista tinha que sair com sua música, mas junto você já via o vídeo-clip, o disco com capa e encarte, produtos como selos, adesivos, posters, etc.


 


Ele era um monte coisa, mas também não era nada ao mesmo tempo. Ele era antenado com a disco, hip-hop, funk, gospel, batida Olodum, rock, efeitos especiais, montou o projeto We Are The World, ajudava várias instituições de caridade, etc.
Hoje quando todos falam de Michael Jackson, mas a maioria de todos os comentários são sobre seus trabalhos nos anos 70 e principalmente 80,  muito pouco sobre seus trabalhos recentes, onde ele é mais lembrado pelas esquisitices e tablóides sensacionalistas, do quer pelo sua obra!


 


Volto a me ater que o hip-hop em si deve muito a ele, pois seus vídeo clipes colocaram para o mundo a dança de rua americana, o jeito dos negros jovens e rebeldes de se vestirem e os amores do gueto. Apesar de ele estar no auge do sucesso, Michael Jackson, colocava em seus clipes jovens ao estilo dos pobres americanos, como se pode ver em Beat it, Bad ou em  The way You Make me Feel ((http://www.youtube.com/watch?v=sEU9Q8NlOiY ) , onde ele encontra a moça de periferia e fica a xaveca-la com seus manos que estão vestido-se como gangsters de Los Angeles. Isto nos anos 80, não era pouca coisa, ele poderia ter seguido seu estilo pista-chic da Disco Music como foi o álbum anterior  ( OFF The Wall – http://www.youtube.com/watch?v=4_hz2am90Hk  ) que foi um sucesso extremo, mas preferiu mostrar seu lado”, “rua” da “ periferia” e colocar isto para o mundo inteiro, este estilo “ Hip Hop” que estava nascendo nas mentes e corações dos jovens do planeta.


 


Sabemos sim das  bizarrices, de suas acusações de pedofilia, branqueamento, etc. Agora até após a sua morte ele continua a causar polêmica.


 


Mas não podemos deixar de admirá-lo pelo trabalho e Michael Jackson será ainda obra de muitos estudos acadêmicos, artigos de revistas, etc.


 


Sorte  de nós de vivermos nestes tempos e termos prestigiado a existência desta figura.


 


E para terminar, quase chorei, quando fui fuçar na minha coleção de vinis e achei várias raridades do Michael Jackson. Eu tenho o OFF The Wall, Thriller em álbum e compacto, Ben de 1972, Jackson Five ao vivo capa dupla, Billy Jean versão longa para DJ remix, o álbum Dangerous, Ill be There em compacto, e outras raridades, todas em ótimo estado e tocando legal. Fiquei triste por alguns momentos, mas depois entrei na Internet e vi que meus  vinis valorizam quase 300 % nos últimos dias nos sites de venda de bugigangas, fiquei mais consolado.
 

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