Tática geral e bandeiras de luta
Ligar as bandeiras unitárias das forças populares e progressistas a uma tática política geral de defesa da Nação e da democracia é tarefa incontornável na atual conjuntura
Publicado 02/05/2025 13:37

É voz corrente entre os lutadores do povo a necessidade de unir o movimento social e as forças políticas avançadas para que enfrentem os inimigos do Brasil e seus cães danados, os nazibolsonaristas que infestam tanto a vida nacional, quanto UTIs.
Com efeito, se é sincero o desejo de vitória das forças progressistas em 2026, impõe-se irrecusável fortalecer o movimento sindical e popular. E fortalecê-lo é uni-lo, coesioná-lo.
O primeiro passo é estabelecer o elenco de bandeiras caras aos trabalhadores e ao povo brasileiro, entendido aqui como todos os segmentos sociais excluídos do clube seleto administrado pelo capital estrangeiro imperialista e cujos sócios, minoritários, mas não menos parasitários e entreguistas, são os latifundiários e os grandes rentistas, cujo destaque são os banqueiros.
O fim da escala 6 por 1 é uma das principais bandeiras a figurar na lista, seguida da taxação dos super-ricos e da isenção do imposto de renda para aqueles que percebem até R$ 5 mil mensais. O fim da carestia, a redução da jornada de trabalho, a queda dos juros abusivos e a geração de emprego e melhoria da média salarial do trabalhador brasileiro completam a pauta.
Unidos em torno destas bandeiras devem marchar e operar – além dos sindicatos, federações, confederações e centrais – movimentos e entidades comunitárias, estudantis e juvenis, feministas, antirracistas, artísticas, esportivas, ambientalistas e representativas do movimento LGBTQIA+; parlamentares, gestores e intelectuais progressistas; profissionais liberais, pequenos e médios empresários.
Não se trata de secundarizar pautas específicas e outras demandas justas. Trata-se de ligar essas àquelas, comuns à maioria da Nação e necessárias ao seu desenvolvimento social e econômico.
Essas bandeiras unitárias, apesar de passo importante no rumo da unidade do movimento popular e democrático, não lograrão, porém, seu intento sem estarem, por sua vez, ligadas a uma tática política geral consentânea com o desafio lançado pelo bloco antinacional à face dos trabalhadores e da gente brasileira.
Esse escriba volta a repetir: O Brasil está sob ataque das forças do atraso – vale dizer: forças entreguistas, antinacionais, antidemocráticas e antipopulares – que apostam em juros estratosféricos, desindustrialização, desregulamentação e precarização das relações de trabalho (pejotização e terceirização), preços elevados dos alimentos e insumos essenciais à manutenção dos trabalhadores e suas famílias, desemprego e empregos de baixa remuneração. Tudo tendo em vista a insaciável elevação de taxas de lucros.
Essas forças estão alinhadas aos interesses do capital estrangeiro – do mui sobejamente conhecido imperialismo liderado pelos magnatas das finanças e das big techs dos EUA. São essas forças que atacam diuturnamente o Governo Lula e as forças populares; atentam contra a democracia e os trabalhadores. Elas estão aninhadas no Congresso Nacional e em vários escalões do Executivo Federal e do Judiciário; nas corporações de comunicação, donas de verdadeiros latifúndios televisivos, radiofônicos e internéticos; nas corporações religiosas, senhoras da fé e do patrimônio de milhões de fiéis incautos – em sua maioria, proletários.
O hoje chamado movimento social e as forças progressistas devem unir-se em torno de uma renovada plataforma política, necessariamente patriótica e democrática, e a ela conectar suas bandeiras gerais e específicas.
As entidades populares e as forças do avanço devem, unidas, ser as defensoras de uma plataforma nacional e democrática que propugne a reindustrialização do País a partir de setores estratégicos de alta tecnologia, geradores de empregos qualificados e bem pagos; a valorização do trabalho e a ampliação de acesso a direitos sociais; a proteção e fortalecimento da democracia, especialmente no que respeita à participação popular na definição dos rumos políticos e econômicos da Nação.
No mesmo passo que se unem e operam politicamente em torno de uma plataforma assim, as forças progressistas devem esclarecer o povo sobre aqueles que a ela se opõem. Isso significa que devem apontar o dedo acusatório para o imperialismo, o latifúndio e as oligarquias financeiras, e denunciá-los como o time das forças do atraso; como os verdadeiros inimigos do Brasil; como aqueles que, alinhados com Trump, alimentam a extrema-direita bolsonarista e a açulam contra nossa terra, nossa liberdade e nossa gente.
Ligar as bandeiras unitárias das forças populares e progressistas a uma tática política geral de defesa da Nação e da democracia contra as forças do atraso é, para este apoucado escriba, tarefa incontornável na atual conjuntura.