Um encontro histórico

Depois da reunião no México de presidentes dos Países latino-americanos e do Caribe, considerado de importância histórica pelas suas decisões, que consolidou a unidade e a soberania dessas nações e condenou qualquer ação intervencionista imperialista, o presidente Lula esteve em Cuba.

E foi recebido com grande destaque pela imprensa dessa ilha caribenha que sofre há décadas um implacável bloqueio multilateral de graves consequências econômicas e humanitárias, mas persiste altiva e resistente defendendo a sua soberania e o caminho socialista.

A postura da política exterior brasileira vem demonstrando que o Brasil resolveu definitivamente adotar uma estratégia totalmente diferenciada daquela seguida pelos Estados Unidos da América.

Os povos latino-americanos que denominam comumente o Brasil como “o gigante sul-americano”, receberam essa reafirmação do governo Lula e da diplomacia brasileira de maneira exultante porque ela representa um reforço estratégico às suas respectivas soberanias sempre ameaçadas de uma maneira ou de outra pelos EUA.

O que se estende para além das declarações de intenções do Brasil é também a disposição de exercer a liderança comercial e econômica em toda a região, sob o principio de respeito à independência, autodeterminação desses Países.

É a expressão da chamada liderança solidária, uma tradição do Itamarati só rasgada no período autoritário e mesmo assim a escola diplomática brasileira conseguiu falar mais alto em várias ocasiões como, por exemplo, no caso da independência de Angola.

Assim, o Brasil vai encontrando, passo a passo com o seu crescimento econômico, o seu papel na arena internacional, ao lado dos grandes emergentes, o chamado grupo BRIC, Brasil, Rússia, Índia e China.

É possível afirmar concretamente que aos poucos vai se conformando uma nova realidade na geopolítica mundial através de atitudes idênticas a essas adotadas pelo governo Lula.

É o processo complexo de consolidação de um mundo multipolar, em substituição à hegemonia unipolar norte-americana que se expressou após a queda da extinta União Soviética.

Aos cubanos, e a despeito do estúpido embargo que continua, vale dizer que toda a luta justa, mesmo em condições de extrema desigualdade, comprova-se que jamais será em vão. Trata-se de um exemplo histórico para um encontro igualmente histórico.

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