A esquerda bem informada
A esquerda bem informada

Fatima Oliveira

Médica e escritora. É do Conselho Diretor da Comissão de Cidadania e Reprodução e do Conselho da Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe. Indicada ao Prêmio Nobel da paz 2005.
O feminismo é a minha janela aberta para o mundo

Estamos em 2015, nos 105 anos de um marco da milenar luta contra a opressão feminina: o Dia Internacional da Mulher, o 8 de março, proposto em 1910, na 2ª Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, organizada por Clara Zétkin (1857-1933) e Rosa de Luxemburgo (1871-1919), tendo como eixo da luta pela emancipação feminina a igualdade de oportunidades no trabalho e na vida social e política – aspirações ainda atuais.

Das culturas da corrupção: bonificações e patrimonialismo

O noticiário em 2015 é só para quem tem estômago forte. Tenta ser puritano, mas é desavergonhado e antipatriótico. Não aguento mais ouvir falar em Petrobras e seu zilhões de petrodólares surrupiados anos a fio como novidade numa cultura de “bonificações” e patrimonialismo, em que sociopatas transitam em todas as esferas.

A respeito da satanização da política no Dia do Voto Feminino

Hoje, 24 de fevereiro de 2015, no Brasil, celebramos 83 anos da conquista do voto feminino, assegurado parcialmente em 1932, via decreto 21.076 do Código Eleitoral Provisório, pelo presidente Getúlio Vargas: poderiam votar mulheres casadas (com autorização dos maridos), viúvas e solteiras que tivessem renda própria. Em 1934, tais restrições foram suprimidas; todavia as mulheres votariam se quisessem. Em 1946, o voto feminino virou obrigatório.

Uma república democrática e laica sob o “Sistema jagunço”

Difícil escolher um tema, pois 2015 tem sido pura pauleira política. Estou que nem quando escrevi “Quero o aconchego de uma República laica, e nada mais” (O TEMPO, 31.5.2011).

O terrorismo religioso não expressa o Deus de amor

Professar ou não uma fé religiosa é uma questão de foro íntimo. E, no Brasil, um direito constitucional. As religiões são muitas, logo, o “mercado religioso” é vasto. Repito: considero todas as religiões bélicas, perpetuadoras do patriarcado e contra o “faça amor, não faça guerra!”; e ilustro com as “guerras santas” das “grandes religiões” monoteístas – cristianismo, islamismo e judaísmo –, desde os primórdios, em nome de Deus!

A nossa boca é fundamental contra os fundamentalismos!

“Eu cá, não perco ocasião de religião. Aproveito de todas. Bebo água de todo rio. Uma só pra mim é pouca, talvez não me chegue. Rezo cristão, católico, embrenho a certo, e aceito as preces de compadre meu Quelemém, doutrina dele de Cardéque. Mas quando posso vou no Mindubim, onde um Matias é crente metodista: a gente se acusa de pecador, lê alto a Bíblia, e ora, cantando hinos belos deles. Tudo me quieta e suspende” (Guimarães Rosa, em “Grande Sertão: Veredas”).

O belo espetáculo do banho de piscina dos bem-te-vis

O jardim e o quintal de minha casa são frequentados por um sem-número de pássaros, embora o comedouro deles fique no quintal – são tantos que devoram quase dois quilos de “comidinha de passarim” por mês.

A simplicidade voluntária é um estilo de vida escolhido

Optar pela vida simples é adotar uma filosofia na qual modismos e supérfluos não dão o tom. O difícil é explicar a decisão de simplificar a vida. “A simplicidade voluntária, diferentemente da pobreza, que é imposta, é um estilo de vida escolhido”, alicerçado pela filosofia de dois movimentos focados na sustentabilidade: o “slow food” e o “slow fashion”; na reciclagem e produção mínima de lixo.

Os exóticos canapum e brinjela silvestre, que é mato no Maranhão

Descobri pés de canapum em uns terrenos baldios, são três lotes, ao lado de minha casa. Quando os canapuns amadureceram, disse para minha neta Clarinha que eram “bombons da roça”. Ela queria retirá-los da capinha natural que os envolve para lavá-los: “Por causa das bactérias, não é, vovó?”. Respondi que “canapum colhido no pé não tem bactérias! Pode descascar e comer”.

Pensão de alimentos & maternagem e paternagem

Sobre pensão alimentícia, eu defendo sua necessária existência e considero uma prática de banditismo não pagá-la, independentemente do gênero de quem assim se comporta, pois zomba da paternagem e da maternagem.

Os bastidores da Resolução 196/1996 e as cobaias humanas

Em “Tributo ao dr. Adib Jatene, um humanista de muitos dons” declarei: “Se não fosse o dr. Jatene, até hoje a pesquisa em seres humanos no Brasil seria ‘terra de ninguém’!” (O TEMPO, 18.11.2014). Abaixo, tópicos dos bastidores da Resolução 196/1996: “Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos”, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), e porque o ministro Jatene foi corajoso ao bancá-la.

Tributo ao dr. Adib Jatene, um humanista de muitos dons

O acreano de Xapuri Adib Domingos Jatene, professor emérito da USP, deixou nosso convívio no dia 14 último, aos 85 anos (1929-2014). Cirurgião cardíaco renomado internacionalmente e um inventor não apenas de técnicas em sua área, tais como aprimoramento da cirurgia de revascularização do miocárdio, da cirurgia de cardiopatias congênitas e da técnica de correção de transposição dos grandes vasos da base – operação de Jatene –, usada em todo o mundo.

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