Durante vários anos e em ondas sucessivas os trabalhadores brasileiros – e seu movimento sindical – sofreram as consequências da globalização da economia (com a reestruturação do sistema produtivo para atender os rentistas), da pior recessão de nossa história e das agressões desencadeadas pela lei trabalhista celerada.
Ontem, dia 22, alguns sindicatos em todo o país cumprindo o mandato determinado pelas centrais sindicais realizaram panfletagens e manifestações em locais de trabalho e em pontos de concentração popular contra a deforma previdenciária.
Com sua experiência e bom senso os dirigentes sindicais não devem brincar com fogo nos arranjos do novo governo.
Os jornalões registraram, com números e análises, os dois grandes efeitos da lei trabalhista celerada até agora. Foram as quedas fortes nos números das ações trabalhistas e das negociações e acordos.
Frente aos riscos da estratégia bolsonarista de dividir os trabalhadores para melhor derrotá-los erguendo uma muralha da China entre a base sindical organizada e os milhões de trabalhadores informais, subutilizados, aposentados e desempregados o movimento sindical deve reforçar sua unidade de ação, manter a sua agenda prioritária, mas adotar também a linha Mano Brown para falar com a “periferia” do movimento e ser ouvido por ela.
Quantificada a derrota o movimento sindical em todas as suas expressões e lideranças deve começar a empreender o caminho da resistência.
Quase tudo já foi dito e agora só nos resta ouvir a voz das urnas.
No apagar das luzes de seu governo, repudiado por todos, o presidente da República decretou em 15 de outubro a criação da Força-Tarefa de Inteligência para o enfrentamento do crime organizado no Brasil.
A grande disputa presidencial aproxima-se do fim. Aproxima-se do fim? Duvido muito, até mesmo porque a própria escolha que se prevê vai desencadear consequências avassaladoras e ainda pouco compreendidas.
Em plena batalha eleitoral pela conquista dos votos de milhões de trabalhadores pobres é de grande utilidade entender o que significa o bolsonarismo e quais são suas motivações e expectativas. Não é apenas um estado de espírito, é muito mais que isso e já se traduziu em uma montanha de votos.
A maioria dos dirigentes sindicais referenciados pela agenda unitária e pelas propostas dos candidatos tomou partido para o segundo turno e apoia Haddad na disputa presidencial.
Quando se leva um coice ou quando se sofre uma queda junto com a dor e o susto procura-se diminuir os danos. Depois é que se tenta entender a agressão e o acidente.