Quando se leva um coice ou quando se sofre uma queda junto com a dor e o susto procura-se diminuir os danos. Depois é que se tenta entender a agressão e o acidente.
O que mais se pode dizer para os dirigentes e os ativistas sindicais a três dias da eleição?
Na semana que precede a votação do dia 7 de outubro as paixões eleitorais de que não somos isentos não podem toldar nossa capacidade analítica ainda que impulsionem nossas ações.
Às vésperas da jornada das mulheres no dia 29 em repúdio ao bolsonarismo registro, com orgulho, a orientação unitária majoritária das centrais sindicais de participação e apoio plenos emprestando a ela a experiência do movimento sindical na organização ordeira de grandes eventos, afastando os provocadores e os ameaçadores de violência e dando segurança às participantes.
Seis centrais sindicais – Força Sindical, CTB, CSB, NCST, Intersindical e CSP-Conlutas – por meio de seus presidentes e outros expressivos dirigentes assinaram e divulgaram nota conjunta no sábado dia 22 de setembro com o título “Sindicalistas contra o projeto fascista de Bolsonaro”.
Vou trazer para os (e)leitores um exemplo de bom serviço sindical que nos ajuda na escolha (embora não exclusivamente) de candidatos legislativos nas próximas eleições.
Imagine se alguém exigisse que o movimento sindical, para demonstrar sua unidade, apresentasse em cada estado uma única chapa de candidatos para as próximas eleições recomendando que os trabalhadores digitassem na urna eletrônica os mesmos 19 algarismos em uma mesma sequência e mais os seis toques de confirmação.
Todos se lembram de quando se dizia que a valorização do salário mínimo provocaria três tragédias: a quebra do INSS e das prefeituras e o aumento do desemprego; outros diziam que o salário mínimo era desimportante.
Vivendo como todos os brasileiros a dramaticidade do momento eleitoral os ativistas e dirigentes sindicais não estariam isentos de seus efeitos que podem ser desorientadores.
Em texto anterior destaquei a fase má do sindicalismo nas campanhas salariais em curso e exigi que se valorizassem os resultados positivos porventura alcançados.
Os jornalistas, assim como Montaigne o era, são “viciados em imediatismo”. Isso decorre do exercício de sua profissão que lida com os fatos recentes e deve noticiá-los no ritmo frenético dos acontecimentos.
Alguém me contou que uma respeitada e experiente dirigente sindical acossada pelos problemas, confidenciou em sua rede social que “dorme, dorme, dorme e não consegue descansar”.