Tem aparecido aqui e ali a ideia verbalizada por acadêmicos e comentaristas, por ativistas sindicais ou por trabalhadores comuns e endossada, às vezes, por votos de juízes trabalhistas bem intencionados, de que os aumentos reais e demais benefícios conquistados pelos sindicatos em suas negociações com os patrões ou na Justiça do Trabalho devem valer apenas para os associados.
Me diz o velho comunista que vive em mim: “As massas estão em movimento”.
Toda luta, prolongada ou não, deve ter um objetivo claro que a orienta. Cada campanha, levando em conta os recursos disponíveis, deve ter metas bem precisas e capazes de balizar o seu curso.
Nesta enervante conjuntura o movimento sindical sofre, além das consequências dela, a paralisia frente às tarefas que lhe são impostas sem que as eventuais bravatas signifiquem algo mais do que “som e fúria”.
A primeira reunião de 2018 da diretoria do sindicato dos metalúrgicos da grande Curitiba aconteceu nesta segunda-feira, dia 15, na nova sede, um edifício imponente no centro da cidade que homenageia um dos dirigentes históricos, o Chico Gorges. (Para se ter uma ideia do tamanho do prédio basta dizer que em suas garagens podem ser acomodados 200 carros).
Elogio em boca própria é vitupério, mas não posso me calar quando constato acontecimentos que confirmam o que ando escrevendo.
Apesar da maciça propaganda do governo e sua repercussão pelos agentes do mercado a situação econômica para o povo trabalhador não é a maravilha que trombeteiam; apenas parou de piorar.
Os argutos cientistas políticos têm inventado um grande número de conceitos para definir a balbúrdia em que vivemos: semiparlamentarismo, presidencialismo de cooptação, semipresidencialismo e muitos outros.
Depois de várias entrevistas, discussões com dirigentes e reuniões com importantes organizações do movimento sindical apresento a lista do que considero os quatro grandes feitos sindicais em 2017 e as minhas quatro maiores preocupações para 2018.
Para definir hoje no Brasil o papel das centrais sindicais nada melhor que a declaração de objetivos do Conselho Sindical de Londres em 1861:
É compreensível que a relatoria da Medida Provisória 808 (que altera alguns pontos da lei celerada da deforma trabalhista) tenha sido entregue ao deputado tucano Rogério Marinho, autor da versão aprovada da Lei.
Não me sinto confortável ao criticar decisões coletivas das direções sindicais. E, no entanto, é preciso fazê-lo para alertar o movimento dos trabalhadores sobre os riscos de uma orientação errada.