Procuro escrever textos curtos, sem enrolação, com informações úteis à ação sindical. Às vezes faço sugestões e até prescrições violando a regra que conselho não se dá de graça.
Sexta-feira, 29 de setembro é um dia normal para milhões de trabalhadores. Normal?
Depois que a procuradoria do Trabalho no Rio Grande do Norte abriu uma ação contra o grupo Guararapes responsabilizando-o pelas péssimas condições das terceirizações que ele pratica e impondo uma multa de 38 milhões de reais (parte de seu lucro com estas terceirizações), o mundo das relações de trabalho em terras potiguares veio abaixo. Mas não só lá.
O Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Norte abriu uma ação pública contra a empresa Guararapes para responsabilizá-la quanto aos direitos trabalhistas dos empregados das facções de costura (microempresas subcontratadas para montagem das roupas) depois de realizar inspeções que analisaram as condições de trabalho, os salários e o conteúdo dos contratos das facções.
Ainda que a grande mídia não tenha registrado a jornada dos metalúrgicos (o que impõe esforço redobrado à comunicação sindical), o dia 14, de greves, concentrações e passeatas foi um sucesso.
Um dos mais ativos organizadores da proclamação da República foi o grupo dos positivistas. Influíram na conspiração republicana, influíram na composição do novo governo e influíram nas ideias e símbolos mobilizadores.
Na posse da diretoria do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo e Mogi – posse sem ostentação com traje “esporte sindical”, mas expressiva pelos dirigentes sindicais presentes e pelos delegados sindicais de empresas da base e suas famílias – um lema estava escrito em um grande painel: A luta faz a lei!
O sindicato dos professores da rede privada de São Paulo (Sinpro) e a federação estadual perguntaram a uma amostra de filiados durante o ano de 2017 por que haviam se associado. A resposta mais abrangente foi a de que procuravam proteção.
Que as coisas estão difíceis para os trabalhadores e para o movimento sindical é uma verdade. Que vão piorar ainda mais é outra verdade.
Configura-se hoje no movimento sindical o desenvolvimento de duas linhas diferentes. Nada impede que elas sejam convergentes e todo o esforço possível deve ser feito para que não se transformem em divergentes.
Tenho recomendado aos dirigentes sindicais que estão preocupados com a sobrevivência de suas entidades realizarem fortes campanhas de sindicalização.
Com toda a pressa que o governo e o mercado tiveram em apresentar e aprovar a deforma trabalhista cuja tramitação se deu em acelerado tempo recorde, o texto final da lei guarda entre os seus diversos artigos uma coerência hermenêutica respeitável, ancorada nos saberes jurídicos conservadores e na miríade de projetos específicos que já existiam no Congresso.