Todos vocês se lembram da orquestra que tocava no convés enquanto o Titanic afundava.
Não é por coincidência que todos os fatos por mim resenhados nesta coluna não tenham merecido atenção da mídia grande. Ela faz parte da confusão reinante e, violando suas responsabilidades e atribuições, não está atenta àquilo que pode representar soluções na crise em que vivemos.
Não foi um rolezinho, nem um flash mob. O que aconteceu na Câmara dos Deputados na quarta-feira, dia 16, foi uma grave e preocupante agressão à democracia e à Constituição. Um grupo de agitadores fascistas (a mando de quem?) agrediu o Congresso e todos os brasileiros exigindo a volta da ditadura militar (que é repudiada pelas Forças Armadas) e, embora detidos e conduzidos para depoimento na PF, logo depois viu cair sobre eles e sobre seu crime um obsequioso silêncio.
Todos devemos nos empenhar, com espírito unitário, para o sucesso da jornada de manifestações do dia 25 de novembro.
Estamos vivendo uma fase difícil para os trabalhadores e para o movimento sindical, acossados entre a recessão e os ataques a seus direitos.
Em uma conjuntura adversa com os ataques aos direitos trabalhistas e sindicais se encavalando com corcoveios do Executivo, do Judiciário e do Legislativo, muitos companheiros se perguntam: qual é a alternativa?
Procusto era um mitológico bandido grego que obrigava os viajantes assaltados a se deitarem em uma cama pequena e amputava as partes de seus corpos que a excediam.
Vistas a partir de São Paulo as eleições municipais apresentam tendências preocupantes, mais até que os próprios resultados.
A poderosa manifestação unitária dos metalúrgicos prevista para a quinta-feira, 29 de setembro, tem uma característica comum com as manifestações do movimento sindical já realizadas recentemente e duas características próprias, diferentes delas.
Escolher uma tática de luta corresponde a fazer uma pergunta em busca de uma resposta. Se a pergunta for mal feita dificilmente a resposta não será errada.
Não se levando em conta os mirabolantes episódios da vida política e muito menos as desenxabidas campanhas eleitorais municipais, devemos concentrar nossa atenção no fundo do quadro, ou seja, na recessão e seus efeitos contra os trabalhadores e na resistência que eles, por meio do seu movimento sindical, oferecem a ela.
As plantações na grande imprensa levam a crer que o Governo vai adiar, para depois das eleições municipais, o envio para o Congresso Nacional de suas propostas de reforma previdenciária.