Duas correntes se esforçam para monopolizar a disputa política no país, em jogo calculado, como cabo de guerra entre dois extremos: “bolsonarismo“ versus “petismo“.
O presidente Jair Bolsonaro logrou ontem alcançar uma proeza: a quase unanimidade nacional na avaliação negativa do seu discurso na abertura da Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas.
O repórter Carlos Drummond, da revista CartaCapital, em matéria recente, caracterizou o presidente Jair Bolsonaro como “mascate de bens públicos”, denunciando a desfaçatez como o governo se empenha em liquidar empresas estatais estratégicas para o desenvolvimento nacional.
A demissão do secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, explicitadamente por haver desobedecido a uma ordem do presidente da República, mais uma dentre várias nos escalões superiores do governo pelo mesmo motivo, gera contrariedade em uns— no mercado, especial — e comentários jocosos da parte de outros.
Nada verdadeiramente importante muda bruscamente. Sempre antecede um processo cumulativo em que vários fatores confluem numa mesma direção até que haja a desejada mudança de qualidade.
Em livro publicado em 1989 — “A fantasia desfeita“ —, Celso Furtado menciona a sua frustração diante da enorme dificuldade em convencer próceres partidários integrantes da coalizão governista a contribuírem na construção de um programa de governo.
Jamais foi possível avançar no sentido da democracia e da transformação social sem uma ampla conjugação de forças. Aqui e mundo afora.
No Brasil polarizado de agora, o polo bolsonarista acumula pontos negativos no sentido de crescente isolamento.
Na crítica às diatribes e inconsequências ditas e praticadas pelo presidente Jair Bolsonaro, muitos são os que o acusam de insistir numa “polarização” indevida da sociedade brasileira.
Reza a lenda que por vontade divina a Humanidade, que se comunicava por meio de um único e uniforme idioma, teve misturados palavras e sons — gerando tremenda mixórdia entre os que ocupavam uma torre (Babel) destinada a alcançar o céu.
Com os smartphones — essa engenhoca ultramoderna no mercado (em sua forma “primitiva”) desde 1994 — acontece o mesmo que em relação a todas as invenções tecnológicas de ponta: amamos e odiamos ao mesmo tempo.
Quais os limites das investigações espaciais?