A cada data redonda, não apenas historiadores, mas nós outros simples mortais também revisitamos episódios de nossa História.
Parece um tsunami obscurantista, que envolve toda a sociedade em suas entranhas. E muda o modo de sentir, de reagir e se expressar das pessoas.
Na juventude repousa boa parte das expectativas de progresso de uma nação.
"As palavras têm canto e plumagem", escreveu Guimarães Rosa.
Um sujeito inexpressivo, parlamentar bisonho há quase trinta anos, é escolhido por forças poderosas, disputa a presidência do maior país da América do Sul e ganha. E ainda sai com o galardão de ter vencido sem debater, nem explicar — inaugurando o monólogo quase monossilábico e primário como forma exclusiva de comunicação com os eleitores.
Pesquisa recente do Instituto Datafolha revela índices altíssimos — em torno de 70% — de pessimismo, tristeza e desesperança da maioria dos brasileiros.
A relação entre as redes sociais (e o aplicativo WhatsApp) e a luta política tem sido mais do que debatida, sobretudo a partir do mau uso feito na última campanha eleitoral, disseminando notícias falsas.
Tal como na canção, 'apesar dos castigos/Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos/Pra nos socorrer…’
Quem luta por nobres ideais não desiste nunca. E tem todo o direito de acreditar na possibilidade da vitória até o último instante da batalha, mesmo quando em aparente inferioridade.
Não bastassem as inúmeras manifestações de primarismo político e descompromisso com a democracia, o candidato capitão Bolsonaro, que segue à frente nas pesquisas, pronunciou uma fala absurdamente provocadora, domingo último, em mensagem gravada para manifestantes a seu favor reunidos em São Paulo.
Pode parecer uma heresia apelar à ação militante — consciente, espontânea e aguerrida — em tempo de "inteligência artificial".