A participação do Brasil na Copa do Mundo de futebol sempre foi marcada por simbolismos, na proporção em que galvaniza as atenções da grande maioria dos brasileiros.
Ninguém tem bola de cristal, todos sabemos — sobretudo para prever resultados eleitorais em ambiente complexo e instável.
O movimento dos caminhoneiros (e das empresas transportadoras), ainda inconcluso, trouxe à luz toda a fragilidade do governo Temer.
No próximo domingo (27), o PT fará atos de lançamento da pré-candidatura de Lula à presidência da República em muitas cidades do país.
O ex-presidente Lula é vítima de perseguição e está condenado e preso injustamente? A liberdade de Lula é uma bandeira de todos os democratas e tem que se manter alevantada? O PT tem razões para manter a pré-candidatura de Lula como forma de luta pela sua liberdade?
A cerca de cinco meses das eleições gerais, são evidentes as tensões nas hostes governistas e na grande mídia em razão da inexistência, até o momento, de uma candidatura presidencial da confiança do mercado e capaz de unir grupos golpistas momentaneamente fragmentados.
Atribui-se aos velhos políticos mineiros a assertiva de que mais vale a versão do que o fato. Mas parece uma verdade universal. Vide a propaganda nazista dos idos de Hitler, talvez o exemplo mais contundente disso.
Algumas décadas transcorridas, a experiência recomenda muita atenção às lições do passado e, com apoio nelas, uma apreciação cuidadosa das circunstâncias presentes.
Eis um fenômeno recorrente em nossa história política: o defeituoso exercício da hegemonia termina por provocar, em médio prazo, a perda da hegemonia conquistada.
O quadro atual da luta política no mundo e no Brasil obviamente se mostra adverso às forças populares e progressistas. A correlação de forças é amplamente desfavorável.
A decisão tomada na madrugada desta quinta-feira (05) pelo Supremo Tribunal Federal negando o habeas-corpus impetrado pela defesa do ex-presidente Lula — uma decisão que se juntará aos grandes erros históricos do Poder Judiciário, como assinala a nota do PC do B, assinada pela presidenta Luciana Santos e pela pré-candidata à presidência da República Manuela D’Ávila —, consolida uma situação cuja marca essencial é a correlação de forças adversa às correntes do campo popular e progressista.
Não precisa estar entre os observadores mais argutos da cena política, no Brasil e mundo afora, basta um traço de se sensibilidade para identificar, como subproduto da crise global e tupiniquim, a recorrência da negação da forma partido como instrumento de luta.