É possível que o primeiro pronunciamento da Frente Brasil Popular – o Manifesto ao Povo Brasileiro, lançado sábado último, em Belo Horizonte – exiba certa dispersão, pela multiplicidade de bandeiras, e careça de foco, tendo em conta a gravidade da crise atual e a necessidade de uma ação imediata e certeira.
Quando a ameaça se apresenta por todos os lados e a gente corre o risco de ser engolido, o jeito é abrir os braços e resistir.
A analogia parece exagerada, mas cabe.Sob o tiroteio parlamentar e midiático, para preservar a ordem democrática, buscar a governabilidade e retomar o crescimento do país, a presidenta Dilma e as forças que a apoiam movem-se sobre uma chapa quente. Parar é impossível, o calor sob os pés não permite; movimentar-se é necessário.
É nas alturas mesmo a que me refiro, via aérea, e não à altura alcançada pelas turbulências econômicas e políticas que marcam a fase atual de instabilidade no país.
Até bem pouco tínhamos tão somente e perigosamente a quebra de braço entre o governo e a oposição midiática e partidária, acrescida de insatisfeitos de diversos matizes.
O amigo especialista na matéria me adverte: "Para frequentar as redes sociais é preciso ter nervos de aço." Ou seja, você está exposto a todo tipo de "postagem", inclusive agressivas e desrespeitosas.
Certa vez, como ocorre com certa frequência, um grupo de estudantes me entrevistou demoradamente (no meu gabinete de vice-prefeito do Recife) acerca do período do regime militar.
No Brasil, o udenismo golpista é uma corrente rediviva.
As pretensões são modestas, mas os resultados têm sido significativos. A Roda de Conversa que realizamos no Recife a cada quinze dias, no Bar Retalhos – um bate papo descontraído, em que atuo como "animador" da discussão – ocorre com tema livre ou, em alguns casos, com tema específico, mas sempre cabe tudo.
O que dá pra rir, dá pra chorar/Questão só de peso e medida/Problema de hora/E lugar…– ensina a canção de Billy Blanco.
O descortino e as certeiras indicações do PCdoB em face da complexa situação atual expressam uma espécie de DNA do seu pensamento teórico e político, que vem desde a Sétima Conferência Nacional, ocorrida em 1966, sob a ditadura militar, e tem se desenvolvido desde então.
Seria praticamente impossível um desempenho positivo do governo e da figura da presidenta Dilma nas pesquisas de opinião em meio à múltipla crise em que o país está enredado.