O segundo mandato consecutivo da presidenta Dilma há de ser de continuidade e inovação, traduzindo as expectativas da maioria dos brasileiros que se pronunciou nessa direção, no pleito de outubro. Ou seja: as conquistas dos últimos doze anos ganharão dimensão superior, no sentido de se consolidar um modo de desenvolver o País com inclusão social, ampliação da democracia e reforço da inserção soberana no concerto mundial.
A execução de um programa de governo se dá sob a influência de um conjunto de variáveis – da vontade política do governante à capacidade criativa e realizadora de sua equipe, passando pela indispensável interação com a população.
O noticiário aqui e alhures, como se dizia antigamente, destaca a montagem do chamado segundo escalão dos governos federal e estadual. Pelo que é dito e escrito, parece algo desconectado do conjunto da obra, e não é. Além de ser, na prática, um movimento complexo e trabalhoso.
Quem governa e quem administra? A pergunta pode parecer sem sentido, mas não é. Tem tudo a ver com as especulações de sempre, que proliferam na grande mídia, a respeito dos governos da presidenta Dilma e dos eleitos para o poder executivo nos estados, recém-empossados. Terá a nova equipe econômica autonomia (sic) para definir o tamanho do ajuste fiscal e medidas conexas? Quem é o “homem forte” do novo governo? Quem faz parte do “núcleo duro” e assim por diante.
"Agora deu!", diria meu querido amigo Marquinhos, de Aracaju. Acabo de ler numa revista de bordo da Gol que devo abrir mão de algo que até hoje julguei precioso e muito tem me ajudado na vida: aquele automatismo natural, que me faz suportar a rotina abrindo espaço para o raciocínio criativo.
Quando a sociedade brasileira ainda vivia os primeiros impactos da espetacular assunção do operário Lula à presidência da República do maior país da América do Sul, o pensamento político avançado punha como hipótese o provável início de um novo ciclo de transformações econômicas, sociais, políticas e culturais, mediado por uma transição da ordem neoliberal vigente a um novo projeto de nação.
Amizades antigas, novas amizades. Diálogos esporádicos ou frequentes, ricos em cumplicidade. Até o dia em que descubro que fui deletado.
A Coalizão pela Reforma Política Democrática, liderada pela OAB e pela CNBB, integrada por mais de cem entidades da sociedade civil – UNE, CUT, CTB, inclusive – retoma agora uma campanha de mobilização social que pretende ser ampla e intensa, na perspectiva de êxito, apesar dos visíveis obstáculos existentes. Esta é a percepção recolhida do ato de lançamento da campanha em Pernambuco, realizado ontem, no auditório da OAB, com a presença de expressiva representação dos movimentos sociais.
Dessas conversas que a gente ouve no elevador quase sem querer, no breve transcurso da garagem ao sétimo andar da Prefeitura:
Superar preconceitos, avançar efetivamente no combate às desigualdades, sobretudo de gênero e raça, demanda luta prolongada que comporta todo um período histórico. Envolve a superestrutura política e institucional e a formação de uma consciência social avançada.
O governo federal encaminhou ao Congresso Nacional projeto de lei que altera o cálculo do seperávit primário, abatendo da meta estabelecida todos os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as desonerações tributárias.
Governo é governo, oposição é oposição – assinala o jargão da política. Verdade. Mas isso não significa que forças díspares não dialoguem em torno dos destinos do País. Seja em favor do bom e esclarecedor debate de ideias, seja no sentido de, pelo menos pontualmente, somarem esforços numa dada direção.