Tão natural quanto o parto aos nove meses de gestação, porém muito cedo para conclusões peremptórias. Assim é o debate que se abre acerca do pleito de 2014, na esteira dos resultados das urnas de 7 de outubro último. Não apenas porque ainda há um segundo turno em bom número de importantes cidades, a exemplo da maior capital do País, São Paulo; como também porque na gestação do cenário de 2014 concorrerão muitas variáveis, além da contabilidade das eleições municipais de agora.
Nem tudo o que reluz é ouro, ensina a sabedoria popular. Isto para separar a aparência da essência, quando se trata de identificar com clareza o conteúdo essencial de uma ideia de sua roupagem, quando esta é enganosa.
O fenômeno é recorrente na política brasileira, quiçá mundo afora: quando ingentes são os desafios e complexo o embate eleitoral, emerge o discurso messiânico e descomprometido, pleno em pirotecnia e carente de concretude.
O fenômeno é recorrente na política brasileira, quiçá mundo afora: quando ingentes são os desafios e complexo o embate eleitoral, emerge o discurso messiânico e descomprometido, pleno em pirotecnia e carente de concretude.
Em campanha eleitoral majoritária vale tudo? Uns dizem que sim – e fazem qualquer coisa em busca do voto, mesmo coisas eticamente questionáveis. Outros acham que não – e se recusam a certos expedientes de gosto e eficácia duvidosos.
O objetivo óbvio é a conquista do voto. Mas entre a intenção e o resultado há um espinhoso e às vezes turbulento caminho a percorrer, palmilhado por ideias, propostas e, em alguns casos, busca ansiosa de um fato fortuito, uma denúncia ou lance de efeito que possa, pela emoção, superar a dificuldade de convencer pela argumento.
O ponto de partida é o posicionamento político. Quando se inicia uma campanha em posição incômoda, vale o ditado popular: pau que nasce torto morre torto, pois é muito difícil apagar tudo e recomeçar. Na disputa de postos executivos – prefeito, governador, presidente da República – o desarranjo congênito é fatal.
Não são debates livres nem oferecem aos contendores o tempo suficiente para bem arguir e defender suas opiniões e propostas de modo mais esclarecedor. Os debates na TV entre candidatos a prefeito, agora como antes, são uma espécie de arena que envolve conteúdo, porém principalmente jogo de cena. Mais do que a consistência do que se disse, o que fica é a impressão causada no telespectador.
Não é apenas eleição para vereador e prefeito: todo tipo de disputa em Ponte Nova é assim – democrática e acirrada, porém tranquila e mutuamente respeitosa.
O materialismo histórico, fundado por Marx e Engels, que teve no “18 Brumário de Luis Bonaparte” o primeiro exemplo de aplicação à análise de uma conjuntura política determinada; e a abordagem dialética da relação entre condições objetivas e fatores subjetivos, exercitada por Lênin na Revolução Russa de 1917, podem e devem inspirar os comunistas no exame da situação concreta de cada município e na formulação da alternativa tática adequada aos objetivos estratégicos do Partido.
Cresci e amadureci ouvindo que a gente é como vinho: quanto mais velho, melhor. Por isso concordei de imediato com um amigo que me disse certa vez que quando a gente passa dos cinquenta atinge a melhor fase da vida, se aproxima do auge da capacidade intelectual e é pena que nem sempre a resistência física dê totalmente pro gasto.
A partir de janeiro de 2013, novos governantes principiarão o seu trabalho à frente dos 5.564 municípios brasileiros. Dentre eles cidades médias e grandes que concentram perto de 60% da população. Nelas, um misto de drama urbano, de possibilidades e desafios e de esperança de uma vida melhor. E de uma parcela de poder real.