Com coragem política o Brasil crescerá em 2007

O Brasil vem mudando em profundidade, e a eleição de 2006 é a demonstração dessa nova realidade social e política. Os resultados da eleição de outubro consolidaram as transformações iniciadas em 2002, fundamentando  a tese de que o Brasil entrou, com a eleição do presidente Lula, em uma nova etapa de seu desenvolvimento.



Deste ponto de vista, 2007 anuncia-se como um ano promissor, com significativos sinais de mudança. Fala-se em diminuir juros, reduzir o superávit primário, retomada do desenvolvimento, mais emprego e distribuição de renda. O próprio crescimento do valor do salário mínimo anuncia um caminho de fortalecimento da economia nacional e de maior bem estar para os brasileiros. O valor acertado com as centrais sindicais, para abril do próximo ano, é de 380,00 reais – acima da inflação, portanto. Em, para os próximos anos, ficou estipulado que o mínimo será corrigido pela soma da inflação mais a taxa de crescimento do PIB, incorporando assim ao salário mínimo um crescimento real que corresponde ao desempenho da economia.


 
É claro que há grandes desafios pela frente. Entre eles se destaca  a montagem do novo governo. O presidente Lula terá que se valer de sua legitimidade para vencer concepções errôneas, inclusive de seu partido, o PT, que são insistentemente manifestadas. E efetivamente compor um governo de coalizão com forças democráticas, progressistas e patrióticas que, com base no programa de governo divulgado durante a campanha eleitoral, poderá relançar o desenvolvimento e o fortalecimento da economia. As condições favoráveis estão dadas, foram reconstruídas durante o primeiro mandato.



A superação dos entraves ao desenvolvimento é, sem dúvida, a condição para o êxito do segundo mandato. E, entre estes entraves, como lembrou o senador Inácio Arruda (PCdoB/CE), está a taxa de juros. É preciso, disse ele, discutir “passo mais largo para superar entrave financeiro do país, a política de juros produzida excessivamente no Brasil”.



Há um clamor nacional pelo desenvolvimento. A situação da economia brasileira justifica-o, as condições da economia mundial autorizam-no. Cumprir esta trajetória, contudo, é uma tarefa que exige disposição política para seu enfrentamento. E o papel do presidente Lula, neste relançamento do crescimento econômico, será central, como aponta Inácio Arruda. O desenvolvimento, lembrou, “vai ter que ter visão que parte do próprio Lula, que precisa de coragem política mais substancial”.