Enquanto os cães ladram a integração avança

Enquanto a mídia e o conservadorismo uma vez mais acendem velas e rogam pragas para que Brasil e a Bolívia venham se colidir no impasse referente às indenizações das refinarias da Petrobrás, o processo de integração sul-americano teve um novo avanço. No último 7 em Montevidéu foi instalado o Parlamento do Mercosul cujo objetivo é estabelecer um fórum democrático que debata todas a questões do processo de integração dos países da parte sul das Américas.


 


O ministro das Relações Exteriores do Brasil Celso Amorim afirmou que a instalação do Parlamento “demonstra a maturidade política do Mercosul e reforça seu viés democrático”. E salientou ainda que “a integração da América do Sul é a maior prioridade do Governo do Brasil, e o Mercosul é o motor dessa integração”.


 


Os discursos dos demais representantes dos países-membros foram marcados pelo compromisso e pelo entusiasmo com o processo de integração enquanto condição indispensável para que a América do Sul ganhe relevância no cenário internacional e contribua para assegurar a soberania e o desenvolvimento econômico e social de cada países. Este processo teve começo com Tratado de Assunção, que criou o Mercosul em 1991. O bloco abarca uma população 263 milhões de pessoas e um território de 13.808.089 quilômetros quadrados.


 


O Parlamento será integrado por 90 deputados, 18 de cada país-membro: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, este último que ainda se encontra em processo de adesão. Na sua etapa inicial, ele não terá a prerrogativa de elaborar leis, cabendo-lhe realizar debates e formular propostas e sugestões. Os representantes regionais foram escolhidos entre os integrantes dos Parlamentos nacionais, e somente a partir de 2010 serão escolhidos por voto direto. De seus integrantes, somente 13 serão mulheres: cinco argentinas, cinco venezuelanas, uma brasileira, uma paraguaia e uma uruguaia.


 


 


O uruguaio Roberto Conde um dos vice-presidentes da Câmara Regional sintetizou o que simboliza a instalação do Parlamento mesmo que de início ele tenha papéis limitados: “Ele simboliza o espírito de nossos libertadores, de conseguir a segunda e definitiva independência nacional”. E concluiu afirmando que com a instalação do Parlamento, estruturam-se as bases para “fechar definitivamente as veias abertas da América Latina”, em referência ao livro mais conhecido de seu compatriota Eduardo Galeano.


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