Geraldo ''Tyson'' ou Geraldo ''Chuchu'': o dilema tucano vai mais além

Acossada pela derrota, a direita neoliberal por intermédio de uma alquimia das trevas operou mais uma metamorfose em seu candidato. Isso veio à tona no debate televisivo, no último dia 8. Lá atrás, no primeiro turno, houve a dúvida se o concorrente de Lula seria o simplesmente ''Gerado'' ou o aristocrático ''Geraldo Alckmin''. Agora a imagem do benévolo religioso a quem se alcunhou de ''chuchu'', cede lugar a um ''monstrengo'' que sem inibição alguma escancara o ódio, o preconceito das elites por Lula e tudo o que ele representa.


 



Os jornalões e seus articulistas, nas edições de ontem, cantaram vitória. Alckmin, segundo eles, teria levado Lula a beijar a lona no debate. Foram ao êxtase quando o Geraldo ''Tyson'' explicitou o preconceito das elites pelo operário-presidente. Lula, segundo Alckmin, estaria lendo “perguntas escritas por assessores”. A elite que o PSDB e o PFL representam não concebe que o homem do povo possa, ele mesmo, pensar e escrever perguntas.


 



A direita neoliberal após o debate dormiu embriagada com a fúria de Alckmin. Imaginava que o candidato dela tendo se apresentado como arcanjo supremo da moral e dos bons costumes, a justiça divina na Terra, dedo em riste, a repetir a ladainha ''de onde veio o dinheiro?''; imaginava que esse teatro de péssimo gosto seria o começo do fim do favoritismo de Lula.


 



A pesquisa Datafolha divulgada hoje( 10-10) foi uma balde de água fria nessa expectativa. Pela pesquisa Lula ampliou sua vantagem de 7 para 11 pontos. Em relação à última pesquisa, Lula oscilou positivamente um ponto e Alckmin caiu três pontos. E a queda do tucano se deu principalmente entre os eleitores das camadas médias e com maior grau de escolaridade, faixas que na última pesquisa davam ampla vantagem ao candidato da direita.


 


Diante desse fato, a campanha do PSDB-PFL encontra-se sob um dilema. Põe o monstrengo de volta no armário, aposenta o ''Geraldo Tyson''? Tira do baú, o ''Geraldo Chuchu''?


 


Acontece que o problema da direita é muito mais sério do que esse. Com a campanha realizada até aqui vai-se desmistificando a falácia de que a presidencial eleição é um mero confronto entre  pobres e ricos.


 


Aos poucos, como tem afirmado o presidente Lula, vai ficando claro para o eleitorado, de norte a sul, de diferentes camadas das classes sociais,  o que está realmente em jogo. Estão em  disputa dois distintos projetos de Brasil. Alckmin é o projeto do Brasil subalterno, de joelhos; Lula é o projeto do Brasil soberano, altivo; Alckmin quer ''ressuscitar'' a Alca, Lula quer dá continuidade ao processo de integração solidária da América Latina. O projeto de Alckmin é privatizar o que restou do patrimônio público; o projeto de Lula é fortalecer o Estado brasileiro, com mais investimentos na inclusão social e mais investimentos para o país ter um desenvolvimento acelerado, com geração de empregos e redistribuição de renda.


 



A queda de Alckmin se dá porque o retrocesso que ele representa vai ficando, a cada dia, mais nítido para eleitores que antes não percebiam essa ameaça. A identidade do PSDB e do PFL- privatista, antipatriótica, autoritária, de desprezo ao povo- está vindo à tona. Nesse caso, pouco adianta Alckmin trocar de face.