O espírito de Natal e do Brasil sem Bolsonaro
O Brasil chega ao Natal de 2020 com quase 190 mil mortes em decorrência da Covid-19 e mais de 7,3 […]
Publicado 24/12/2020 19:15 | Editado 24/12/2020 19:35

O Brasil chega ao Natal de 2020 com quase 190 mil mortes em decorrência da Covid-19 e mais de 7,3 milhões de contagiados desde o início da pandemia. Na data em que se celebra a grande fé cristã, o país sente o gosto amargo do descaso do governo com a vida. São números que expressam a postura de indiferença bolsonarista em relação a questões essenciais para que povo pudesse ter condições de enfrentar a pandemia sem esse grau de letalidade e contaminação.
A confraternização natalina será reflexiva em todo lugar por conta da pandemia, mas não precisava ser com esses números trágicos. Onde prevalece a ideia de que a economia depende de menos vigilância para conter a propagação do vírus, os números de vítimas são consideravelmente maiores. Isso se explica pela ausência de políticas públicas de rastreamento, isolamento social e tratamento precoce. Países como China, Cuba e Vietnã são exemplos de contrastes em relação ao Brasil, aos Estados Unidos e a Europa.
Essa diferença conceitual é bem visível no Brasil. Sob o governo Bolsonaro, o país não seguiu sequer os exemplos de Estados Unidos e União Europeia, que acionaram mecanismos do Estado com a prorrogação de auxílios emergenciais para fazer a transição entre a vacinação em massa e a retomada da economia. Por aqui, o governo não move uma palha para que o povo tenha acesso a políticas de Estado voltadas para socorrer urgências como o elevado número de desempregados e para a redução da exposição de muitos trabalhadores ao contágio.
Nessa data em que aflora o conceito de fraternidade, é o caso de citar a frieza do governo em relação ao drama do povo, em especial o comportamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, de completa ausência de empatia e de sentimento humanista. Consequentemente, em seu governo é visível a ausência de iniciativas tanto para enfrentar as decorrências da pandemia e da crise econômica quanto para orientar o povo no sentido de se precaver nessa travessia até a vacinação em massa.
Pode-se concluir, diante desse cenário, que o Brasil passa pelo Natal de 2020 sob um governo que representa exatamente o oposto do simbolismo da data. E se depender do bolsonarismo, chegará ao final de 2021 com o mesmo dilema. Mesmo que a esperança de dias melhores e os esforços pela vacinação em massa sejam concretizados, haverá ainda uma travessia para a retomada da economia que sem o papel decido do Estado continuará sacrificando um grande contingente de brasileiros.
Impõe-se, portanto, a ideia de que o bolsonarismo precisa ser contido o quanto antes. O Brasil não pode atravessar 2021 sem mudanças profundas no seu quadro político e econômico para que surjam novas perspectivas. Para tanto, é urgente a mudança de direção política, um pressuposto que exige sagacidade, ações decididas e compreensão sobre as etapas a serem vencidas.
O Portal Vermelho, como sempre, estará na linha de frente da construção desse caminho. Com esse espírito, deseja à sua comunidade de leitores, colaboradores e amigos um feliz Natal. Rende, também, homenagens à memória das vidas perdidas pela tragédia da Covid-19.