Reforma ministerial e a nova maioria pelo desenvolvimento

A reforma ministerial foi uma importante vitória do governo liderado pela presidenta Dilma. Depois de tratativas conduzidas diretamente por ela, com o auxílio de Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Michel Temer, foram anunciadas uma reforma da administração e uma recomposição do ministério, dentre outras medidas importantes.

A maior demonstração de que a reforma foi boa para o país e para o projeto encabeçado pela presidenta foi a indignação da oposição midiática, que acusou-a de fazer uma reforma de mentira, dar muito poder ao PMDB, de tomar medidas inócuas, entre outros impropérios. A irritação dos comentaristas ao anunciar a melhora em índices econômicos mais sensíveis – Bovespa e preço do dólar –, verificada imediatamente após o pronunciamento de Dilma, denunciava que o golpismo sofreu um importante revés.

O que torna a reforma um fato tão importante não são as mudanças na estrutura dos ministérios e a resultante diminuição de gastos, por mais que esta seja importante. Conforme temos afirmado, o caminho do desenvolvimento será retomado com mudanças nos fatores macroeconômicos, com destaque para a necessidade de uma urgente baixa nas taxas de juros.

A verdadeira vitória que adveio da ação da presidenta, na verdade, foi a recomposição da base aliada e a possibilidade de construir uma nova maioria no Congresso Nacional.

A reforma ministerial anunciada por Dilma precisa ser encarada como o primeiro passo para uma agenda de retomada do desenvolvimento. Trata-se de, a partir desta nova maioria e de uma renovada condução política, encontrar os caminhos para que o país volte a crescer, gerar renda e emprego.

Algumas pessoas de esquerda, sinceramente preocupadas com o êxito do governo, manifestaram preocupação ou discordância com as mudanças que foram anunciadas nesta sexta-feira (2). Pensamos que esse raciocínio, por bem-intencionado que seja, é equivocado e acaba tomando a parte pelo todo, isolando um aspecto e dando a ele um peso que na realidade não tem. Quem anseia por mudanças mais profundas e radicais precisa compreender que somente governos fortes podem realizar mudanças. Essa força se consubstancia em uma maioria sólida no Congresso Nacional.

Sábado (3), os movimentos sociais irão às ruas contra o golpe, em defesa da democracia e da Petrobras. Será o segundo tento do time das mudanças. É a soma entre a força do governo no parlamento e mobilização social nas ruas que pode impulsionar o Brasil no sentido de mudanças de maior vulto.