Zuma quer avançar nas mudanças na África do Sul
Jacob Zuma tomou posse dia 9 de maio em Pretória como presidente da África do Sul. Eleito pelo Parlamento depois […]
Publicado 18/05/2009 09:06
Jacob Zuma tomou posse dia 9 de maio em Pretória como presidente da África do Sul. Eleito pelo Parlamento depois do escrutínio de 22 de Abril, Zuma assumiu a presidência coroando uma combativa campanha eleitoral, onde as principais forças de apoio foram o Partido Comunista da África do Sul e as organizações sindicais, lideradas pela Central Cosato. A cerimônia foi acompanhada por três dezenas de chefes de Estado e de governo, e teve a presença de Nelson Mandela. Zuma prometeu respeitar o espírito de ''reconciliação'' do primeiro presidente negro do país, herói da luta contra o apartheid.
A ascensão de Zuma ficou marcada pela vitória sobre o ex-presidente Thabo Mbeki para a liderança do Congresso Nacional Africano, que por sua vez constituiu um novo partido, o Congresso do Povo (Cope) como dissidência do CNA. O CNA, que está no poder desde 1994, teve mais de metade dos votos (11,6 milhões, ou 65,9% dos 23 milhões de eleitores inscritos). O Congresso Nacional Africano (CNA) conquistou também 264 dos 400 assentos do Parlamento, 33 a menos do que na atual legislatura. O líder do CNA, Jacob Zuma, torna-se assim o quarto presidente negro da África do Sul. O CNA obteve um pouco menos do que a maioria de dois-terços, enquanto o seu principal rival, a Aliança Democrática, de direita, teve 16,5% dos votos. O novo partido do ex-presidente Mbeki, o Cope, ficou com apenas 7,4% do total.
Jacob Zuma nomeou para seu ministério – que foi ampliado de 28 para 34 pastas – vários dirigentes comunistas e outros ligados ao movimento sindical. Blade Nzimande, líder do Partido Comunista, foi nomeado Ministro da Educação Superior e de Formação, e a expectativa é de venha a ter também forte influência sobre a política macro econômica do novo governo. Ele é doutor em Filosofia e foi uma figura chave na disputa com Thabo Mkebi. Ebrahim Patel, secretário geral do sindicato Têxtil, será o Ministro do Desenvolvimento Econômico.
O novo presidente deslocou o anterior Ministro das Finanças, Trevor Manuel, para a chefia da Comissão de Planejamento. O novo Ministro das Finanças, Pravin Gordhan, havia sido chefe da agência tributária, gestão elogiada por ter superado repetidamente as metas de arrecadação tributária. Depois do juramento constitucional, Jacob fez um breve discurso em que destacou o papel de Nelson Mandela ''por haver curado as feridas do país…'' Zuma também se comprometeu a trabalhar com firmeza e entusiasmo para melhorar a vida de todos os sul-africanos, em especial os menos favorecidos.
Os desafios do novo governo são grandes. Entre eles estão questões como a pobreza endêmica, a alta taxa de mortalidade, a persistente epidemia de Aids e a tarefa emergencial de criação de empregos para cerca de um terço da mão de obra do país, atualmente desempregada, segundo dados do próprio governo.