Santiago está em chamas – literalmente. As manifestações contra o aumento da tarifa de metrô começaram há uma semana na capital chilena e rapidamente se alastraram, como fogo, por todo o país. Foi estopim para a maior greve geral das últimas décadas. Nem a repressão, nem o toque de recolher, nem o Estado de Emergência fizeram a população recuar. Chegou a hora de cobrar a conta do neoliberalismo num país onde até a água foi privatizada pela ditadura militar.
Por Mariana Serafini*
Protestos em diversas regiões tomam conta do Chile desde o dia 18, mesmo com a repressão do governo Sebastián Piñera, que decretou estado de emergência e toque de recolher. A revolta, iniciada em protesto contra o aumento da tarifa do Metrô de Santiago, já deixou ao menos 15 mortos, 200 feridos e 2 mil presos. Segundo o economista Luis Eduardo Escobar, são as maiores manifestações desde a ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990), com “potencial verdadeiro para levar a uma revolução”.
Expressamos a mais irrestrita solidariedade ao povo chileno em sua justa luta contra as políticas ultra-neoliberais do governo Sebastián Piñera, que vem ampliando a privatização de serviços públicos – como transportes, educação e saúde – e aprofundando a sua precarização, tornando-os cada vez mais onerosos e inacessíveis à maioria do povo chileno. Por Walter Sorrentino*
Como muitos já estão acompanhando, há uma verdadeira rebelião popular em curso no Chile. O país que era o exemplo sul-americano de estabilidade e modernidade explodiu. Por Oto C. Rojas
Líderes de cinco centrais sindicais do Brasil lançaram, nesta segunda-feira (21), uma nota sobre os protestos populares no Chile, que questionam o governo do presidente Sebastián Piñera. Além de prestar solidariedade ao povo chileno, os sindicalistas pedem “uma solução imediata à grave crise social, pelas vias política, diplomática e pacífica”. Assinam a nota Sergio Nobre (CUT), Miguel Torres (Força Sindical), Ricardo Patah (UGT), Adilson Araújo (CTB) e Antonio Neto (CSB). Confira a íntegra.
Após garantir maioria na Câmara e no Senado, o presidente da Bolívia, Evo Morales, do Movimento Ao Socialismo (MAS), com 95,63% dos votos apurados, deve confirmar sua reeleição nesta segunda-feira (21) com 2.757,634 votos (46,85%) contra 2.162,237 (36,74%) do seu principal opositor, Carlos Mesa, do Comunidade Cidadã (CC), para o período 2020-2025. A apuração a ser computada é das “as urnas do campo”, majoritariamente pró-Evo.
Por Leonardo Wexell Severo, de La Paz, para o ComunicaSul*
Opção pelas medidas repressivas revela a intenção dos governos neoliberais do continente de procurar avançar para o Estado policial como gestão ofensiva contra a integração da violência com a desigualdade.
Por Márcio Pochmann*
O presidente da Bolívia, reiterou neste domingo (20) estar seguro de que continuará à frente do governo no período 2020-2025 e comemorou o triunfo do Movimento Ao Socialismo (MAS), que “conquistou a maioria absoluta na Câmara dos Deputados e no Senado” nas eleições.
Por Leonardo Wexell Severo, de La Paz/ Bolívia, para o ComunicaSul
Cerca de 7 milhões de bolivianos foram às urnas neste domingo (20) nas eleições gerais que escolherão o próximo presidente do país, bem como a composição do Congresso bicameral de 166 assentos. A votação se encerrou às 16 horas (17 horas em Brasília). Segundo o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), a votação ocorreu com normalidade, com poucos incidentes, e a apuração deve começar nas próximas horas. Favorito na disputa, o atual presidente Evo Morales busca seu quarto mandato consecutivo.
Na aguardada disputa à presidência da Argentina, a chapa peronista formada por Alberto Fernández e Cristina Kirchner (Frente de Todos) abriu vantagem e deve vencer a eleição já no primeiro turno. É o que apontam as pesquisas divulgadas na sexta-feira (18). Conforme levantamento da consultoria Federico González e Associados, Fernández teria 54% das intenções de voto, contra 31,5% do presidente argentino e candidato à reeleição Mauricio Macri (coligação Juntos pela mudança).
Após massivos protestos, o presidente do Chile, Sebastán Piñera, anunciou neste sábado (19) a revogação do aumento da tarifa do metrô de Santiago. “Quero anunciar hoje que vamos suspender o aumento das passagens”, disse Piñera em mensagem no palácio presidencial de La Moneda. Ao longo do dia, houve confrontos entre manifestantes e forças de segurança. Um pacífico panelaço, com milhares de pessoas em vários pontos de Santiago, foi reprimido com violência. Ao menos cinco ônibus foram queimados.
O que está em jogo neste domingo (20) na Bolívia é retroceder ou avançar no processo de libertação nacional, coincidem o pesquisador e cientista social Porfírio Cochi, o renomado cinegrafista Andrés Salari e o jornalista Mariano Vázquez, para quem o resultado eleitoral também impactará diretamente o processo de integração regional, implodido pelos neoliberais.
Por Leonardo Wexell Severo *, de La Paz (Bolívia)