Como em vários momentos da história, a imprensa, quando não invisibiliza a ação dos estudantes, criminaliza as ocupações e quem luta por direitos
Por Marina Pita, na CartaCapital
A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, comentou a respeito da ação do Ministério da Educação (MEC) em adiar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para os 8,6 milhões de estudantes que irão prestar o exame nas escolas ocupadas, passando a ser nos dias 3 e 4 de dezembro. A jovem considera o adiamento precipitado e diz que a medida causará transtornos.
Enquanto propaga a tese de que o governo da presidenta Dilma Rousseff “quebrou o Brasil”, o governo de Michel Temer (PMDB) editou uma medida provisória, publicada nesta quinta-feira (3) no Diário Oficial, para liberar R$ 82 milhões para a Câmara dos Deputados, o Superior Tribunal de Justiça, a Justiça Federal, a Justiça Militar da União, a Justiça do Trabalho e a Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.
A Câmara dos Deputados fará comissão geral no Plenário para debater as ocupações de escolas e universidades, que protestam contra a Medida Provisória (MP) que reforma o Ensino Médio e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que corta os investimentos na educação. A proposta é dos líderes do PCdoB e do PT na Câmara, deputados Daniel Almeida (BA) e Afonso Florence (BA).
Com uma PEC em tramitação no Congresso Nacional que congelas os investimentos públicos em 20 anos, afetando principalmente a saúde e educação, e uma reforma do ensino médio que representa um retrocesso, o ministro da Educação de Michel Temer )PMDB), Mendonça Filho, tenta camuflar as perversidades do projeto e usar a campanha de criminalização da esquerda para desqualificar as ocupações.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) elogiou o movimento de ocupação de escolas que vem sendo feito por estudantes de todo o País. “Essas meninas e meninos estão se apropriando da escola como um espaço seu e lutando pelo direito a uma educação de qualidade. Trata-se de um movimento profundamente pedagógico para todos os que participam e para a escola em si”, disse, em entrevista à revista Fórum.
O ministro da Saúde de Michel Temer (PMDB), Ricardo Barros (PP), foi recebido com protestos e vaias durante a abertura do Congresso Mundial de Medicina de Família e Comunidade, que acontece entre os dias 2 e 6 de novembro, no Riocentro, Rio de Janeiro. O discurso teve que ser cancelado, entre gritos de "golpista" e "Fora, Temer".
Em um comentário nas redes sociais, o cientista político Robson Sávio Reis Souza, professor da PUC-MG, afirmou que a notícia de que o Banco Central, presidido por Ilan Gioldfajn, irá emprestar US$ 10 bilhões ao FMI, é uma demonstração de que o país não está falido como propaga os golpistas.
Quando alguém é muito “caô”, “prosa ruim”, etc., as pessoas dizem, “o cara é um 241”. No código penal é “o registro de um nascimento inexistente”. A PEC 241 (na Câmara Federal), que agora é 55 no Senado Federal, é o maior 241 da história do Brasil. Estão registrando uma “crise”, para justificar o “inexistente”. E o pano de fundo dessa PEC (Proposta de Emenda a Constituição) é o fim dos serviços públicos no Brasil: educação, saúde e assistência social. Vamos analisar a história.
Representantes dos estudantes secundaristas que ocupam escolas no Distrito Federal disseram nesta quarta (2), em coletiva de imprensa no Centro Educacional Gisno, na Asa Norte, que o movimento não recuará diante das decisões judiciais que autorizaram o uso de força policial para desocupar as instituições de ensino. Segundo eles, a decisão sobre deixar ou não as escolas caberá a cada grupo de ocupantes. No entanto, eles prometem continuar mobilizados.
O ex-ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que "a equipe golpista" do atual ministério da Educação, "escondeu de forma deliberada, por mais de um mês, o resultado das escolas públicas federais no Exame Nacional do Ensino Médio". Tais dados, segundo ele, "desmontam completamente o discurso golpista do debate em torno da qualidade da educação nas escolas públicas no governo da presidenta Dilma".
Preocupado com os malefícios que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do teto do gasto público vai causar à população brasileira e com a pressa dos senadores da base aliada do presidente sem voto Michel Temer (PMDB) em querer votá-la, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), declarou, nesta terça-feira (1º), que o governo mente ao afirmar que a PEC vai equilibrar o orçamento da União e quer atropelar a oposição na Casa.