Dando sequência ao que foi construído ao longo dos últimos meses, nesta terça-feira (10) a Globo, através do seu jornal impresso, convocou claramente o “Fora Dilma”.
O período logo após a realização de eleições nacionais é geralmente de trégua para o governo eleito. No caso da presidenta Dilma a trégua não veio, pelo contrário, menos de uma semana depois da reeleição já se falava em impeachment. Cinco dias antes da pesquisa recentemente divulgada pelo instituto Datafolha foram onze manchetes negativas sobre o governo apenas nos jornais impressos O Globo, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo.
Em outubro de 2014 Sérgio Moro fez uma declaração sobre os vazamentos de informações da operação Golpe a Jato que, confrontada com os recentes acontecimentos, revela nitidamente seus verdadeiros objetivos.
A mídia hegemônica continua com seu festival de absurdos, e não se enganem: o objetivo não é apenas destruir o PT, mas depor Dilma e varrer a esquerda do mapa.
A mídia hegemônica tem um viés claramente mafioso em vários aspectos de sua atuação. Um destes aspectos, de conhecimento público, é a coleta de informações comprometedoras que são usadas quando a necessidade surge.
Um dos principais colunistas amestrados de O Globo, Merval Pereira, ainda está radiante com a vitória de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara.
A eleição, por ampla margem de votos, de Eduardo Cunha (PMDB/RJ) para a presidência da Câmara, desencadeou uma efusiva comemoração na mídia hegemônica. A causa de tanta alegria é a esperança da retomada do poder pelas forças conservadoras em curto ou médio prazo.
O Notas Vermelhas, que torce pelo êxito do Governo Dilma, vem modestamente sugerir ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que leia a edição desta sexta-feira (30) do jornal Valor Econômico.
Como alerta o editorial do Vermelho, na declaração do senador tucano José Serra pode estar a senha para a tentativa dos derrotados nas eleições de 2002, 2006, 2010 e 2014, buscarem afinal um ajuste de contas com o campo popular.
Como a boa fama do deputado federal Eduardo Cunha (o probo), candidato da mídia hegemônica à presidência da Câmara, atravessa fronteiras e pode prejudicar sua candidatura o jornal O Estado de S. Paulo de 28/1 estampa manchete na página A8 onde informa: “Cunha e Chinaglia compartilham doador”, como se dissesse: “é tudo uma coisa só”.
Como todos sabem, o jornal O Estado de S. Paulo defende a ética. Foi em defesa da ética que apoiou a ditadura militar e a censura (veja no Notas Vermelhas de 19/1).
Luiz Felipe Pondé, filósofo e articulista da Folha de S. Paulo, dedicou sua coluna de 26/1 a combater “a defesa boba que a esquerda faz do jihadismo”, defesa esta que seria uma prova “de que a intelligentsia acadêmica está morta”.