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Antônio Carlos Affonso dos Santos: Zóio preto

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Morena, ocê me mata


Tudo dia um cadinho


Me frecha cum teu oiá


Me esmaga cum teu jeitinho


 


No jardim adonde ocê vive


Têm muitas frô prefumosa


Tem a hortência, tem o cravo


E tem ocê , feito rosa


 


No pomar que ocê cuida


Tem uma grande fruitêra


E dois zóio grande e preto


Brioso, pra vida intera


 


 


Na terra que ocê anda


Nace água cristalina


Burbuia, cum muita graça


Cum seu jeito de menina


 


Quisera que Deus me leve


Desse mundo de meu Deus


Má, num apague a lembrança


Do preto dos zóio teu.