O Brasil precisa de um ajuste social e não de um ajuste fiscal que o fragilize
Presidentes das entidades vão entregar documento com propostas para retomada da economia e combate à crise
Na verdade, o coronavírus é um álibi convincente para muitos de que a política econômica não tem poder de reverter a recessão, a menos que os governadores e prefeitos aceitem relaxar as medidas de isolamento social.
No pós-pandemia, o conservadorismo econômico concentrará todos os esforços no resgate de uma suposta normalidade, apoiado no argumento de que a dívida pública cresceu e com uma retórica de que é necessário pagar a conta da crise. De outro lado, será preciso apontar para a hipocrisia e a demagogia desse discurso
Precisamos de Estado como em poucas vezes na nossa história. Nossos liberais precisam admitir que não apenas os resultados das políticas implementadas não surtiram efeito, como nos colocaram num quadro mais dramático, com vidas perdidas
Mesmo sem quitar todo o 13º de 2019 dos servidores, nem a folha salarial de janeiro, governador do “Novo” quer acenar ao eleitorado bolsonarista
Trata-se de farsa ideológica e ética a grande imprensa brasileira tentar apresentar-se como isenta e independente face ao governo Bolsonaro, quando, de fato, o apoia, como apoiou o golpe de 1964 e a era Campos-Bulhões-Delfim, como apoia todo governo de força que promova o império do capital, efetivo condutor de seus movimentos.
Há pouca coisa real atrás das nuvens de um otimismo “fake”, propulsado pela mídia engajada numa simbiose de interesses de fundos de investimentos que ostentam prosperidade inigualável em seus índices de crescimento.
Segundo dossiê, preservação do sistema financeiro minou políticas sociais e abriu caminho para escalada conservadora.
Notícias de perspectivas positivas para a economia desconsideram o rebaixamento do padrão de vida do brasileiro e a brutal concentração de renda.
É o que defenderam economistas críticos às medidas de austeridade do ministro Paulo Guedes, como as recém-anunciadas PECs do Plano Mais Brasil, em encontro promovido pela FES e Brasil Debate.
“O Brasil está de cabeça pra baixo. Isso que está sendo feito aqui, foi feito no Chile. A gente viu para onde se levou”, advertiu o deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE).
Por Walter Félix