Os cinco adolescentes executados em Maricá, no domingo (25), organizavam Rodas Culturais para ensinar às crianças a cultura do rap e da rima. A chacina causou indignação em parentes e integrantes do movimento do hip-hop que agora temem a continuidade da repressão. A investigação aponta que os meninos foram mortos pela milícia e, infelizmente, esse fato endossa as estatísticas de que adolescentes negros e pobres são as maiores vítimas da violência.
Por Verônica Lugarini
O que a execução da vereadora Marielle Franco, em março de 2018, tem em comum com a morte do estudante Edson Luís, em março de 1968? Nada melhor do que perguntar para quem viveu os dois momentos.
Nesta quarta-feira (28), a Justiça do Rio de Janeiro ordenou que o Facebook exclua publicações caluniosas sobre a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada no último dia 14. A determinação foi concedida por meio de uma liminar do juiz Jorge Jansen Counago Novelle, da 15ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado.
O assassinato de opositores não era nenhuma novidade nos primeiros anos do regime militar. Contudo, naquele dia a morte de um garoto de apenas 18 anos, durante um protesto estudantil no Rio de Janeiro, galvanizaria a oposição democrática e popular e faria eclodir o maior movimento de contestação à ditadura desde a sua implantação em 1964.
Por Augusto C. Buonicore*
Um tiro em um restaurante estudantil matou Edson Luís de Lima Souto, secundarista de 18 anos, no dia 28 de março de 1968. A repressão das forças policiais era motivada por um protesto que pedia melhorias do Restaurante Central dos Estudantes, na Ponta do Calabouço, perto do Aeroporto Santos Dumont, Centro do Rio de Janeiro.
Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) ligados a questões de direitos humanos e de gênero divulgaram nesta segunda-feira (26) comunicado no qual consideram “profundamente alarmante” o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), no dia 14 de março, e do motorista Anderson Gomes. A vereadora foi atingida por quatro tiros na cabeça e o motorista por três tiros nas costas. Uma assessora que estava no carro sofreu ferimentos leves.
Resolvi escrever sobre a execução da Marielle Franco e do seu motorista Anderson Pedro, como forma de elaborar o meu sofrimento e indignação diante desse crime abominável. A palavra tem força, seja ela verbalizada ou escrita.
Por Olívia Santana*
Marielle Franco foi uma das 32 mulheres negras eleitas vereadoras nas capitais brasileiras em 2016. Trinta e duas, ou 3,9%, de um total de 811 vereadores eleitos nas capitais. Agora são 31. Marielle, quinta vereadora mais votada da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pelo PSOL, foi assassinada na noite a quarta-feira, dia 14.
João Pessoa também foi uma das capitais brasileiras que realizou homenagem a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), assassinada na quarta-feira (14). De autoria de Agamenon T Sarinho o poema "Réquiem a quem luta" foi lido no ato-vigília, realizado no dia 16 de março, na capital paraibana, em homenagem a Marielle e Anderson Pedro, o motorista que conduzia a vereadora na ocasião e também foi atingido pelos tiros.
A quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro fazia uma política nova, diferente, feminina e feminista. Com afeto. Tecia um novo .tecido social carioca, mais bonito, mais colorido.
Por Manoela Miklos*
Em entrevista publicada neste sábado (17) pelo jornal Correio Brasiliense, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, definiu o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ) como “uma execução”. Um dos mentores da intervenção federal no Rio de Janeiro, o general afirmou que “não é prudente abandonar nenhuma” hipótese para o crime durante as investigações.
O ato integrou a “Marcha das Solidariedades – o racismo de Estado mata”, organizada por dezenas de ONGs antirracismo e de defesa dos direitos humanos que denunciam a violência policial na França. A marcha por Marielle Franco, que percorreu em uma hora e meia os pouco 2km entre a Ópera e a estação Gare du Nord, de onde saem os trens para Bruxelas e Londres, integrou o evento com uma ala específica.
Paloma Varón de Paris