De acordo com entidades, a morte de Marielle Franco é um recado para os defensores de direitos humanos. Observatório da Intervenção diz que PM tem que dar resposta rápida para cessar suspeitas sobre corporação; Anistia Internacional aponta que, entre janeiro e setembro de 2017, 62 ativistas foram mortos no país.
Desde as 11h desta quinta-feira (15) a Cinelândia, no Rio de Janeiro, foi ocupada por dezenas de pessoas que prestavam homenagem a vereadora do Marielle Franco (PSOL-RJ) assassinada nesta quarta (14). A frase “Marielle, presente!” é entoada com força pelos presentes que pedem justiça e cobram agilidade na apuração do crime.
A Associação de Juízes para a Democracia (AJD) emitiu nota, nesta quinta-feira (15) em que afirma que a execução da vereadora Meriella Franco e de seu motorista Anderson Pedro Gomes foram "mortes de ódio, ódio à democracia".
Marielle Franco não era apenas liderança feminista e do movimento negro e voz forte do Complexo da Maré, mas também foi, em 2016, a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro, cidade que é a vitrine do Brasil no exterior, eleita pelo PSOL.
Por Leonardo Sakamoto
Nascida em 1979 na Favela da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, a vereadora Marielle Franco (PSol) construiu uma trajetória de luta por direitos humanos, feminismo e igualdade racial. Contrária à intervenção federal de militares no Rio, a socióloga foi assassinada a tiros em seu próprio carro na noite da última quarta-feira (14), após denunciar ações truculentas da Polícia Militar.
Desde que o governo federal anunciou a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, há um mês, as incursões do 41º Batalhão da Polícia Militar, considerado o mais letal do estado, tornaram-se mais constantes e violentas, segundo ativistas e moradores de Acari, na região norte do Rio. As mesmas vozes contam que quem ousa denunciar a truculência dos policiais passa a sofrer ameaças.
“Não nos intimidaremos e prosseguiremos na luta como forma de integral solidariedade aos familiares e a todos os seus companheiros e ao seu Partido o PSOL”, divulgou a Frente Brasil Popular em nota após o assassinato da jovem vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco. “Convocamos a população a se manifestar nas ruas seu repúdio à mais este assassinato”. A vereadora, que atuava em direitos humanos, foi assassinada a tiros nesta quarta-feira.
A União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro) e a União Brasileira de Mulheres (UBM) lamentaram o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ). Em nota, as entidades expressaram indignação e destacaram o genocídio e a violência contra a população negra.
“O Brasil acordou mais triste. O Rio de Janeiro acordou mais triste mas a sua morte é a nossa bandeira de luta. Nas comunidades, nas ruas, na luta sempre, Marielle Vive! Marielle Presente, Marielle Presente”, declarou emocionada Helena Piragibe, presidenta da União Brasileira de Mulheres do Rio de Janeiro (UBM-RJ). Helena participou dos atos que denunciaram nesta quinta-feira (15) o assassinato da vereador Marielle Franco (PSOL-RJ).
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou nesta quinta-feira (15) que autorizou a criação de uma comissão externa formada por parlamentares para acompanhar a investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), no Rio de Janeiro.
A Human Rights Watch, organização que apoia a defesa dos direitos humanos em todo o mundo, lamentou a morte da vereadora carioca e informou que clama por uma investigação rápida, rigorosa e imparcial do assassinato da vereadora Marielle Franco com a responsabilização de todos os envolvidos. O Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro também demonstrou indignação com o ocorrido.
Ao deixar o Instituto Médico Legal (IML), Anielle Silva, irmã da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada no Centro do Rio de Janeiro, afirmou que a vereadora foi vítima da violência que impera no Rio de Janeiro.