De mãos dadas e com um semblante que mistura cansaço e alívio, os líderes dos bombeiros que estavam presos há uma semana e receberam habeas corpus nesta sexta-feira (10), no Rio, disseram que voltarão a reivindicar melhores salários. "Agradecemos à população que veio resgatar o corpo de bombeiros, mas o que houve hoje foi a nossa liberação. Agora está faltando a anistia e aí, sim, vamos sentar para começar a negociar", disse o cabo Daciolo.
A população do Rio de Janeiro recebeu com muita alegria a liberdade dos 439 bombeiros presos por meio de um habeas corpus. Entretanto, os bombeiros garantem que o movimento vai continuar até a anistia de todos os envolvidos e confirmaram o protesto para este domingo (12).
O comandante do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, coronel Sérgio Simões, afirmou nesta sexta-feira (10) que os bombeiros que estão presos devem retornar ao trabalho à medida que forem sendo libertados. “Voltam imediatamente. Assim que a vida voltar ao normal, vamos todos voltar às respectivas escalas de serviço”, disse em entrevista, no quartel central da corporação. A categoria sai da batalha de cabeça erguida e com sentimento de vitória.
A Justiça do Rio de Janeiro concedeu na manhã desta sexta-feira (10) habeas corpus para a libertação dos mais de 430 bombeiros presos no último sábado (4). A decisão foi tomada depois de um pedido feito por quatro deputados federais — entre eles, Protógenes Queiroz (PCdoB-SP).
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro estuda uma forma de reverter a decisão judicial que manteve detidos os mais de 430 bombeiros presos no último dia 4. Nesta quinta-feira (8), a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar do Rio, negou o pedido de relaxamento de prisão dos militares, feito pelos defensores públicos.
A “onda vermelha” desencadeada pelos bombeiros após a ocupação do Quartel Central, na sexta-feira passada, ganhou um novo tom: o azul da Polícia Militar, que aderiu ao movimento na quarta-feira. Representantes de entidades de classe da segurança pública do Rio se reuniram com o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, e manifestaram apoio.
O desembargador Haroldo Rodrigues, da Sexta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça), solicitou ao governador do Rio de Janeiro informações sobre as prisões dos 439 bombeiros ocorrida após manifestação por aumento salarial no último fim de semana.
O movimento reivindicatório dos bombeiros do Rio de Janeiro segue angariando cada vez mais apoios. Os parlamentares do PCdoB-RJ, desde o primeiro momento, têm estado ao lado destes companheiros e atuado para solucionar esta situação em que se encontra o Estado do Rio.
Neste domingo (12), haverá um grande ato de apoio aos bombeiros do Rio de Janeiro. A manifestação contará com os bombeiros que estão trabalhando e familiares de companheiros presos. O ato também receberá a adesão de centrais sindicais e sindicatos, movimentos sociais e parlamentares.
"Em vez de serem apenas livres, esforcem-se /Para criar um estado de coisas que liberte a todos/ E também o amor à liberdade/ Torne supérfluo!" (Bertolt Brecht)
Ser livre é uma condição de existência que nenhum entre nós aceitaria abrir mão. A liberdade, em seus múltiplos significados, é um valor exaltado como singular e essencial, especialmente, em sociedades que se pretendem democráticas.
Por Dida Figueiredo*, em Brasil de Fato
Membros do Corpo de Bombeiros do estado do Rio de Janeiro continuam acampados em frente ao prédio da Assembleia Legislativa (Alerj), pelo segundo dia consecutivo. Os militares afirmam que só deixam o local depois que suas reivindicações forem atendidas.
Em nota, a presidente estadual do PCdoB do Rio de Janeiro, Ana Rocha, classificou como lamentável a crise entre os bombeiros e o governo estadual. Ao mesmo tempo, pediu a libertação dos trabalhadores e a retomada das negociações. Leia abaixo a íntegra da nota: