A presidenta Dilma Rousseff exonerou hoje (22) os ministros de Minas e Energia, Eduardo Braga, e da Secretaria de Portos, Helder Barbalho, ambos do PMDB. Eles entregaram suas cartas de demissão na última quarta-feira (20), três dias após a Câmara dos Deputados aprovar a abertura do processo de impeachment dela, com amplo apoio da legenda.
O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães Neto disse nesta sexta (22) que o golpe em curso no país, com a tramitação do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Congresso, atinge não apenas a Presidência da República, mas o que chama de um projeto de país e de sociedade. “Eu acho que vivemos um momento de tentativa de retrocesso, de volta ao passado, em todos os sentidos”, afirmou.
Os investidores estrangeiros voltaram a apostar na retomada da economia brasileira em março. Dados divulgados, nesta quarta-feira (20), pelo Banco Central apontam a entrada de US$ 5,557 bilhões em Investimento Direto no País (IDP) no mês passado, sendo US$ 3,1 bilhões em participação de capital (compra de ações empresas).
Pela segunda vez, a revista britânica “The Economist” questionou a legitimidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Desta vez, o assunto foi capa da edição impressa, que vai às bancas no dia 23 de abril: “Brasil: a grande traição”, diz o título da chamada.
Das poucas certezas da situação política atual é a rejeição à possibilidade de um governo Temer, que seria um governo Temer-Eduardo Cunha. Mas se eles chegarem a tomar de assalto a Presidência, com o beneplácito de um STF cúmplice, quanto da proposta de programa do PMDB, de desmonte do Estado, dos direitos sociais e do projeto de nação para o Brasil, eles conseguirão desmontar?
Por Emir Sader
Homenageado nesta quinta (21), com o Grande Colar, a maior condecoração do estado de Minas Gerais, o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, defendeu a democracia e opinou sobre a crise política pela qual passa o Brasil. "Não é um problema de um partido. É um problema do Brasil", declarou. A solenidade de entrega da honraria aconteceu em Ouro Preto e contou com a presença do governador Fernando Pimentel.
O governador de Minas, Fernando Pimentel, presidiu nesta quinta (21), em Ouro Preto, solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência. No evento, fez críticas ao pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e questionou a legitimidade de um eventual governo que resulte deste processo. Para ele, o país precisa deixar de lado o confronto político para garantir que a economia volte a crescer. O ex-presidente do Uruguai, José Mujica, e manifestantes contrários ao golpe participaram do ato.
A deputada portuguesa Joana Mortágua denunciou, na Assembleia de Portugal, o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que, segundo suas próprias palavras, “se revelou como um golpe contra um Governo democrático eleito”.
A ampliação da percepção de que o país vivencia um golpe contra a democracia tem dificultado as articulações do vice-presidente Michel Temer. As confabulações para derrubar a presidenta e formar um "governo de notáveis" têm esbarrado em um dificuldade: ninguém parecer querer se comprometer com um eventual governo ilegítimo.
Na tentativa de evitar que os principais líderes mundiais tomem conhecimento do momento político em curso no Brasil, com ameaça à democracia, a oposição está partindo agora para a censura prévia.
Já se disse que acontecimentos de grande relevância na história das sociedades humanas tendem a se repetir, com a diferença de que primeiro ocorrem como tragédia, depois como farsa. São notáveis as semelhanças entre o golpe militar de abril de 1964 e o golpe branco que está em curso no Brasil em abril deste ano sob a máscara do impeachment. A começar por alguns de seus protagonistas.
Por Umberto Martins, especial para o Portal Vermelho
O aprofundamento do ajuste fiscal, pretendido por um eventual governo do vice-presidente Michel Temer frente à possibilidade de aprovação do processo de impeachment pelo Senado, o que levaria ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff por seis meses, não deve ter impacto positivo na economia. A opinião é do economista e professor da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP) Antonio Corrêa de Lacerda.