Os neurônios dos impichadores emitem certezas dos maníacos-obsessivos: todos os males se encerram com o fim deste governo.
Por Luiz Gonzaga Belluzzo e Gabriel Galípolo*
Pouco antes do final da votação do pedido de impeachment na presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira utilizou sua página no Facebook para expressar sua revolta com o resultado que já se delineava.
Presente na vigília pela democracia em Goiânia, o presidente da CUT Goiás, Mauro Rubens, disse que as manifestações populares devem crescer a partir de amanhã (18), independentemente do resultado da votação do processo de impeachment em curso na Câmara dos Deputados. "O povo que está na rua vai continuar. Tomou gosto e está entendendo. O processo de mobilização cresce nesta nova fase, seja qual for o resultado", diz em entrevista para a Rádio Brasil Atual.
O 17 de abril de 2016 entra para a história do Brasil como o dia em que 367 deputados resolveram ignorar a decisão soberana das urnas e dar seguimento a um pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, sem nenhuma base jurídica. A nação foi dormir de ressaca. O dia seguinte ao golpe, contudo, não deverá ser de resignação, mas de luta.
Por Joana Rozowykwiat
O deputado Waldir Maranhão (PP-MA), 1º vice-presidente da Câmara, desmentiu neste domingo (17) o boato de que teria mudado seu voto para se aliar aos que defendem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O parlamentar reafirmou que estará ao lado da democracia e votará contra o golpe.
Manifestantes ao redor do mundo têm se reunido para defender a democracia no Brasil e dizer não ao golpe. O Vermelho reproduz abaixo algumas fotos e vídeos de atos realizados nestas sexta e sábado. Eles se somam a diversas manifestações de entidades estrangeiras – como ONU e OEA – que critiam o processo de impeachment e os ataques à Constituição.
Em pronunciamento na tribuna da Câmara, as deputadas federais Jandira Feghali (RJ), Jô Moraes (MG) e Alice Portugal (BA), do PCdoB, defenderam que a oposição está intranquila porque já percebeu que não terá os votos para levar adiante o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. As parlamentares destacaram que o mundo já percebeu que está em curso um golpe, que “inviabilizaria” o país.
Com a clareza de que não há comprovação de crime de responsabilidade, militantes do PSB entregaram a dirigentes do partidos, na tarde deste sábado (16), uma petição pública com mais de 800 assinaturas da militância da legenda contrária ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Diante do apoio da sigla ao golpe, um grupo de sindicalistas também anunciou que está deixando a legenda.
O desespero da oposição, diante da percepção de que não tem os votos para garantir o impeachment, tem ajudado a deixar claro o caráter do processo contra a presidenta Dilma Rousseff. Neste sábado (16), o relator do parecer, Jovair Arantes (PTB-GO), não teve o pudor de reconhecer que as denúncias de crime de responsabilidade que embasam o pedido de impedimento estão em segundo plano.
O deputado federal Sílvio Costa (PTdoB-PE), vice-líder do governo, proferiu um dos seus mais duros discursos, neste sábado (16), contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o vice-presidente da República Michel Temer (PMDB-SP). Depois de se referir a Cunha como um "cachorro morto" que "continua latindo", Costa disse ter "nojo" de Temer, que acusou de estar “querendo arrancar” o mandato de Dilma e de já ter feito promessas de cargos a aliados.
Vídeo publicado pela TV Poeira, com desenhos do ilustrador e quadrinista Eloar Guazzelli Filho, lembra que o golpismo é estratégia da oposição brasileira há muito tempo. Diante de governos populares, ele se manifesta sempre. O vídeo destaca conquistas e posicionamentos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart, contra os quais a reação foi sempre antidemocrática e antipovo.
Diante da percepção de que não haveria votos suficientes a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a oposição já estaria manobrando para adiar a votação, marcada para este domingo (17). A informação está no Valor Econômico. Desesperado com o cenário que se delineia favorável ao governo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, estaria planejando desacelerar o ritmo das sessões.
