“As forças de direita, seus setores mais conservadores, atuam na ofensiva, ganham terreno e tornam-se mais agressivas. Para tentar conter o declínio relativo de sua hegemonia, o imperialismo estadunidense intensifica a agressividade e a escalada de guerra. Seus gastos militares em 2010 estabeleceram novo recorde, consumindo US$690 bilhões”.
Este foi o debate na principal reunião dos ricos do mundo, em Davos (Suíça). O tema foi proposto por Klaus Schwab, dirigente daquele Fórum. Para ele, “em sua forma atual, já não se encaixa no mundo que nos rodeia” e as elites econômicas e políticas “correm o perigo de perder por completo a confiança das futuras gerações”.
“O mundo está num caos em conseqüência da crise global do capitalismo”. Assim, o jornalista e escritor português Miguel Urbano Rodrigues define o atual cenário mundial. Para ele, a crise atual do capitalismo é estrutural. Segundo o escritor, a crise, iniciada nos EUA, alastrou à Europa e as medidas tomadas por Bush, primeiro, e Obama depois, em vez de atenuarem a crise, agravaram-na.
Registrou-se nas duas últimas semanas vários acontecimentos demonstrativos de três grandes tendências da situação internacional.
Entramos 2012 como temos entrado os últimos anos: muita chuva, enchentes, deslizamentos, desabrigados e mortos. É a junção dos fenômenos climáticos, cada vez mais graves, com a penúria social de milhares de famílias. A combinação é pura dinamite. Falta chamar os ruralistas para justificar as mudanças no Código Florestal.
Embora os protestos sociais em curso nos países ocidentais desenvolvidos pareçam indicar o renascimento de um movimento emancipatório radical, uma análise mais detalhada nos compele a elaborar uma série de distinções precisas que, de alguma forma, embaçam essa clara imagem.
Por Slavoj Žižek*, no Blog da Boitempo
O capitalismo tem assumido no tempo e no espaço diferentes formas de existência e os seus ideólogos nunca falaram a uma só voz. A social-democracia, seja qual for a sua variante, o que procura é salvar o sistema.
Quanto mais a economia mundial é empurrada para uma espiral recessiva mais as classes dominantes concentram e centralizam capital e poder. Desenvolve-se assim uma escalada de guerra contra os direitos dos trabalhadores e dos povos, contra a democracia, a soberania e a paz.
Nesta terça-feira (24), o seminário “Rumo à Rio+20: Por Uma Outra Economia”, reuniu diversas organizações para discutir estratégias de atuação até a conferência da ONU, quando também será realizada a Cúpula dos Povos, evento paralelo organizado pela sociedade civil que até agora já tem confirmada a presença de cerca de 10 mil pessoas.
Pode parecer incrível, mas o número especial desta semana da revista inglesa The Economist – dedicado à ascensão do capitalismo de Estado – estampou a figura de Vladimir Illych Lênin em sua capa e assume em editorial que existe uma crise deliberada do “capitalismo de livre mercado”, lançando luzes e números sobre um fenômeno nada novo, mas que a crise se encarregou de revelar.
Por Renato Rabelo*
Apesar das aparências, Washington e Beijing já colaboram muito mais que admitem. Tal relação vai continuar se aprofundando, ao longo desta década
Por Immanuel Wallerstein
Reverenciado jornal de negócios e economia, o “Financial Times” dedicou-se a especular os destinos do capitalismo depois da crise que sacudiu o planeta. Publicada ao longo da semana, a série “Capitalism in Crisis” reúne artigos e comentários de empresários, banqueiros, políticos e economistas.