Portaria do Ministério da Saúde, publicada nesta seunda-feira (15) no Diário Oficial da União, libera R$ 8,4 milhões para ações de atenção à saúde de usuários de drogas que vivem nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sul.
Dezesseis participantes do programa De Braços Abertos, da prefeitura de São Paulo, assinaram nesta terça-feira (5) contrato de trabalho com a empresa de limpeza Guima. O programa atende dependentes químicos, especialmente viciados em crack que vivem na região da Luz, no centro de São Paulo, conhecida como "cracolândia".
Ao anunciar o balanço do primeiro mês do programa De Braços Abertos, que oferece moradia, trabalho e atendimento de saúde para dependentes de crack da região da Luz, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), comemorou a redução do consumo pelos participantes de até 70% verificada pelas equipes de saúde da prefeitura.
Cerca de 370 mil moradores das principais capitais brasileiras usaram crack, pasta-base, merla e oxi regularmente durante o período de 2012. Os dados são de pesquisa encomendada pelo Ministério da Justiça e revelam que 14% dos usuários, ou seja, mais de 50 mil pessoas, são crianças e adolescentes. A maioria é formada por homens solteiros, negros, pardos e indígenas com baixa escolaridade.
Assista aos depoimentos de profissionais que falam sobre todas as ações e iniciativas do programa 'Crack, é possível vencer'. O programa é uma iniciativa do governo federal e tem como objetivo ofertar atenção ao usuário nos locais de concentração de uso de crack, realizar atendimento especializado para o usuário e acolher os dependentes.
Desde fevereiro deste ano, o governo Federal, em parceria com as prefeituras, promove a campanha "Crack, é possível vencer". A medida prevê o investimento de R$ 4 bilhões até 2014. Os recursos serão empenhados em ações de orientação a população, capacitação de profissionais e aumento da oferta de tratamento.
A Frente Parlamentar Mista de Combate ao Crack, instalada nessa quarta-feira (17), vai complementar as ações dos governos federal, estaduais e municipais nas ações de enfrentamento a essa droga. O deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP), que vai presidir o colegiado, lembrou que “o Brasil ocupa a 88º posição em educação, o 72º em tecnologia, o 22º lugar nos jogos olímpicos de 2012, mas ocupamos o 1º lugar no consumo do crack”.
De acordo com pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo, o Brasil é o maior mercado de crack do mundo e o segundo de cocaína. O estudo divulgado mostra que este cenário corresponde a 20% do consumo global da cocaína – índice que engloba a droga refinada e os seus subprodutos, como crack, óxi e merla. O vídeo Corte Crack mostra o dia a dia do usuário no país.
Aproximadamente 1,2 mil crianças e adolescentes que vivem nas ruas da capital paulista são viciadas em crack, segundo estimativa do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo. “É um número muito alto”, disse o presidente da entidade, Robson Cesar Correia de Mendonça.
Em declaração à imrpensa, nesta terça-feira (5), o Relator Especial da ONU sobre a tortura, Juan E. Méndez, apresentou em Genebra um relatório para o Conselho de Direitos Humanos da ONU, que ilustra os métodos utilizados pelos chamados centros de tratamento de drogas ou centros de ‘reeducação através do trabalho’. De acordo com o relatório, estes locais podem se tornar locais para a prática da tortura e de maus-tratos.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) entregou uma recomendação às secretarias municipais de Assistência Social e da Saúde cobrando dados oficiais sobre os atendimentos clínicos e hospitalares de emergência feitos aos usuários de crack recolhidos durante operação feita na última terça-feira (19).
O crack é algo muito difícil e complexo de ser enfrentado, mas não impossível, se atuarmos de forma integrada. A afirmação é da ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), que participou na manhã desta sexta-feira (15), em Brasília, de uma videoconferência do Programa “Crack, é possível vencer” com os governos dos estados e prefeituras de mais de 200 mil habitantes de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul.