A alegria dos índios Suruí que se definem como um “povo cantante” – pelo antigo costume de cantar durante as mais diversas tarefas da tribo como plantar, colher e caçar – esconde as marcas do sofrimento que eles vivenciaram durante o período da repressão do regime militar na região do Araguaia.
Por Mariana Viel, de Marabá (PA), especial para o Vermelho
Uma reunião realizada nesta sexta-feira (16) na aldeia indígena Sororó, localizada a 100 km de Marabá, sul do Pará, oficializou a instalação da Comissão da Verdade Suruí. Esse será o primeiro registro oficial do sofrimento e dos impactos da ditadura brasileira na vida de uma comunidade indígena no país.
Por Mariana Viel, de Marabá (PA), especial para o Vermelho
A Comissão Nacional da Verdade publicou nesta sexta-feira (16/11), no Diário Oficial da União (DOU), resolução que cria um grupo de trabalho para apurar violações aos direitos humanos com motivações políticas de pessoas que lutavam pela terra e de povos indígenas no período da Ditadura Militar.
Um protocolo selado no início de novembro criou meios para que sejam apuradas as circunstâncias, até hoje nebulosas, da morte de Anísio Teixeira, um dos maiores educadores brasileiros, ocorrida durante a ditadura, em março de 1971.
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) reservará o final do ano para elaborar um balanço preliminar das atividades realizadas em seus primeiros seis meses de trabalho. Um relatório parcial deve ser divulgado ainda em novembro, provavelmente no dia 26, durante evento em Brasília, onde está sediada a CNV.
Uma reunião realizada nesta quinta-feira (15) na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Marabá, definiu estratégias para a participação dos movimentos sociais do estado na audiência pública da Comissão Nacional da Verdade no próximo sábado (17).
Por Mariana Viel, de Marabá (PA), especial para o Vermelho
A Comissão Nacional da Verdade criou, no dia 8 desse mês de novembro, novo grupo de trabalho que se debruçará na apuração do papel de religiosos e igrejas tanto no apoio ao golpe militar, quanto sobre ações fundamentais para a volta do país à democracia, como o movimento do qual participaram o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, e o bispo luterano Jaime Wright, que resultou no relatório/livro Brasil: Nunca Mais.
Militares do Comando da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, no Pará, se exaltaram durante a reunião do Grupo de Trabalho do Araguaia (GTA), em Marabá (PA), quando começou a exibição de um documentário com depoimentos de camponeses vítimas dos militares durante a Guerrilha do Araguaia. Transtornado, o coronel Celso Osório Souto Cordeiro, interrompeu a sessão aos berros, ordenando que seus subordinados abandonassem o salão.
O Comitê Paraense pela Memória, Verdade e Justiça e a Associação dos Torturados na Guerrilha do Araguaia (ATGA) realizam na próxima sexta-feira (16) e sábado (17), em Marabá, no Pará, uma audiência pública da Comissão Nacional da Verdade. O evento busca o restabelecimento da verdade em relação aos atos de torturas, desaparecimentos e mortes praticados por agentes da ditadura militar na região durante a repressão à Guerrilha do Araguaia (1972-1975).
Advogados de pessoas detidas e que foram perseguidas politicamente pelos governos da ditadura militar (1964-1985) serão homenageados terça-feira (13), em Brasília, numa cerimônia co-organizada pela Subcomissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça (CPMVJ) da Câmara dos Deputados e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na sede desta entidade, às 18 horas.
A Comissão Nacional da Verdade e a Comissão Estadual da Verdade de São Paulo realizaram essa segunda-feira (12) a primeira audiência conjunta para coleta de depoimentos sobre mortos e desaparecidos no período da ditadura militar. A sessão, que ocorreu na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, trouxe testemunhos sobre os casos de Luiz Eurico Tejera Lisboa e Eduardo Leite, conhecido como Bacuri.
Os índios da etnia Aikewara, conhecidos como suruís do Pará, criaram uma comissão da verdade própria para investigar crimes cometidos pela ditadura militar. Os suruís vivem na terra indígena Sororó, que se espalha pelos municípios de São Domingos do Araguaia, Brejo Grande e São Geraldo do Araguaia, no sudeste do Pará, região onde a Guerrilha do Araguaia atuou entre fins da década de 1960 e o começo da década de 1970.