A marca da semana foi a ação do governador Flávio Dino do Maranhão, em defesa do diálogo e da ampla frente de democratas para derrotar a extrema direita na eleição presidencial de 2022. Em contapartida, o ministro da Fazenda Paulo Guedes vende o Brasil em Davos, na Suíça, com promessas entreguistas absurdas ao grande capital multinacional. O desastre ambiental de Brumadinho (MG) completou um ano e a ameaça de novos desastres continua, assim como a imp0unidade das empresas culpadas. A política do governo mantém os salários perdendo para a inflação. E partidos da oposição querem investigar o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Onyx Lorenzoni por compra de votos na Câmara dos Deputados. A luta pela democracia é cada vez mais urgente e necessária!
Relatório da Oxfam também aponta para uma desigualdade de gênero: mulheres são responsáveis por 75% do trabalho de cuidado não remunerado realizado no mundo.
Empresários norte-americanos avaliam mal os resultados das políticas neoliberais
Projeção de pequena retomada do crescimento não prevê redução expressiva do alto desemprego e a renda deve continuar concentrada nas mãos dos mais ricos.
“Longe de incentivar a economia e proteger o trabalho o governo liberal-autoritário restringe os direitos trabalhistas e desarticula a cadeia de proteção social”.
A vergonhosa desigualdade de renda no Brasil é um dos destaques do relatório de desenvolvimento humano divulgado nesta segunda-feira (9) pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Segundo o estudo, o País é o sétimo país mais desigual do mundo, ficando atrás apenas de nações do continente africano. Pior: em termos de concentração de renda, os brasileiros ficam na penúltima colocação. Apenas o Catar concentra mais renda entre o 1% mais rico da população do que o Brasil.
Uma preliminar sobre a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, divulgada nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mostra que 1,8 milhão de famílias com renda superior a dez salários mínimos em 2017 abocanharam 19,9% dos rendimentos totais das famílias brasileiras. O rendimento médio nacional foi de R$ 5.426,70.
Por Marcos Aurélio Ruy
Entre 2014 e 2016, período de profunda crise no país, a renda dos super-ricos brasileiros só fez crescer. Enquanto o desemprego aumentava, ultrapassando os 12%, o rendimento total da parcela formada por pessoas que ganham mais de 160 salários mínimos por mês aumentou 2,2% em termos reais.
"Temos uma longa tarefa na economia brasileira de conduzir o crescimento econômico, com melhor distribuição de renda e melhoria de salários", diz o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, ao analisar estudo do Banco Mundial, que mostra 45,5 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza.
Em entrevista ao Brasil Debate, o professor da Unicamp Antonio Carlos Macedo e Silva defende o recente relatório Unctad, que sugere o fim das políticas de austeridade no mundo, com adoção de medidas expansionistas e aumentos salariais.
O secretário da Receita do governo Michel Temer, Jorge Rachid, expôs o retrato cruel da desigualdade brasileira – acentuada por políticas defendidas pela atual gestão. Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, ele usou dados das declarações de Imposto de Renda de pessoa física de 2016 para mostrar que 10% de contribuintes mais ricos tiveram 2,4 vezes mais renda que os 50% de contribuintes mais pobres. E os que estão bem no topo da pirâmide pagam proporcionalmente pouco imposto.
Os 1% mais ricos não podem controlar sozinhos a sociedade. Ao seu redor há os grupos sociais que dominam a gestão econômica, têm os cordéis do poder e da mídia, pensam como eles e trabalham para eles.
Por Reginaldo Moraes*