Enquanto os brasileiros dormiam, a comissão do impeachment debatia o futuro do pais, num momento gravíssimo de nossa curta história democrática pós-ditadura. Por que ao longo da noite, privando a maioria de acompanhar o debate?
"O debate que delimita fronteiras aqui, inclusive quanto ao voto no relatório, é uma defesa radical da democracia de um lado e de outro lado aqueles que fazem de tudo para chegar ao poder. Atropelam tudo, todos. Rasgam a Constituição para alcançar seu objetivo. É um momento de extrema gravidade da vida nacional e nós temos muita responsabilidade para enfrentá-lo", defende o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), ao se pronunciar na Comissão Especial da Câmara dos Deputados.
Mais um dia de debates do ciclo Crise e Democracia ocorreu na reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, na noite desta quinta-feira (7). O penúltimo dia do encontro reuniu estudantes, professores e técnico-administrativos. Na mesa – mediada pela pró-reitora Cássia Virgínia Maciel -, quatro pessoas da comunidade acadêmica ou ligadas à militância política expuseram os pontos de vista sobre a atual situação política brasileira.
João Bosco e Aldir Blanc, dupla responsável por grandes sucessos da música brasileira, convidam para o ato Cultura pela Democracia que ocorrerá na próxima segunda-feira, a partir das 17 horas, nos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro.
O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo voltou a ser trincheira de resistência democrática. Nesta quinta-feira (7) o histórico auditório Vladimir Herzog foi palco de um ato contra o golpe em curso no país. As intervenções dos convidados responsabilizaram as grandes empresas de comunicação pelo clima de instabilidade e perseguições no país. Maria Inês Nassif afirmou que “o jornalismo é parte desse clima horroroso”. Para ela, o Brasil paga pelos erros de ter se curvado ao monopólio da mídia.
Em seu discurso no encontro com mulheres, a presidenta Dilma Rousseff criticou a publicação da IstoÉ. Para ela, a revista "reproduz um tipo perverso de misoginia, para dizer que, quando uma mulher está sob pressão, costuma perder o controle". "Eu tenho muito orgulho de ser mulher e de ser mulher brasileira". Uma mulher como todas as outras, "que resiste, que luta, que batalha para criar seus filhos e que não se descontram", disse. "Eu não aceito o machismo e nenhuma mulher deve aceitar isso".
O ministro Marco Aurélio Mello não merece o reconhecimento apenas por suas manifestações equilibradas numa conjuntura política facilmente sujeita à combustão, mas porque se dispôs a dar a cara a bater para libertar o Supremo Tribunal Federal (STF) das armadilhas que são colocadas diuturnamente ao Judiciário pelo ministro Gilmar Mendes, pela oposição e pela mídia.
Por Maria Inês Nassif*, na Carta Maior
Desconhecido até agora pela maioria dos brasileiros, o deputado federal pelo PTB de Goiás, Jovair Arantes, assumiu no mês passado a relatoria da Comissão de Impeachment na Câmara dos Deputados após firmar acordo com a oposição e principalmente com o seu aliado, deputado Eduardo Cunha, que seria autor de uma das mais importantes etapas da missão: “tirar Dilma do governo”.
Por Eliz Brandão
Em entrevista coletiva para comentar o relatório favorável ao impeachment apresentado pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO) na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (6), o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo elencou diversas irregularidades no processo e no relatório apresentado na Comissão. Para ele, o parecer do relator têm vícios e que é nulo do começo ao fim.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, afirmou nesta terça-feira (5) que “não há nenhum fundamento” para o impeachment da presidenta do Brasil, Dilma Rousseff.
A Constituição lista crimes de responsabilidade que levam à perda do mandato presidencial. Crise econômica, governo com baixa aprovação ou com minoria no Congresso não são crimes de responsabilidade.
Por Pepe Vargas*, no Zero Hora
Na disputa de narrativas sobre a crise política, a última semana foi marcada por avanços contrários ao golpe. Diversas manifestações, falas de juristas, artistas e intelectuais, além de atos do próprio governo, conseguiram ampliar o alcance do discurso de que há um golpe em curso. O que caracteriza esse golpe é um impeachment sem crime de responsabilidade e uma atuação seletiva do judiciário, articulados pela grande mídia.
Por André Pasti*, do FNDC