O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira (8) que está em fase de elaboração o modelo de bolsas para alunos que ingressarem pelo sistema de cotas nas universidades e tiver média familiar mensal igual ou inferior a 1,5 salário mínimo.
O Brasil inicia, em 2013, uma das mais importantes mudanças no perfil de calouros para as universidades públicas e, nos próximos quatro anos, o número de cotistas nas escolas superiores tende quase triplicar. A evolução é devido a uma lei federal que exige a reserva, até 2016, de 50% das suas vagas para formados em escolas públicas, no mínimo.
Manifesto destaca que “medidas como as apresentadas agora não só expõem a face racial da elite paulista, mas também evidenciam o descompasso entre o governo estadual e os movimentos sociais organizados”.
A União de Negros pela Igualdade (Unegro) terá uma plenária estadual no final da tarde de sábado (15) para discutir a política de cotas raciais nas universidades paulistas e outros temas da pauta do movimento negro. A convocatória para o encontro está na página da entidade. Nesta semana, a Frente Pró-Cotas Raciais em São Paulo, que reúne diversos movimentos sociais, divulgou um manifesto condenando a proposta do governo do estado.
As três universidades públicas paulistas, USP, Unesp e Unicamp, fecharam na última quinta-feira (22) proposta que será apresentada nesta semana ao governador Geraldo Alckmin para adoção de um programa de cotas que destinará 50% das vagas a alunos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas.
Para o professor Marcus Orione, adoção de cotas sociais e raciais em institutos e universidades federais pode fazer com que o Brasil periférico passe a ser o centro das preocupações nas instituições de ensino superior.
O Reitor Jesualdo Farias, da Universidade Federal do Ceará, anunciou que a Instituição reservará, em 2013, 12,5% das vagas – em cada um de seus cursos de graduação – para as chamadas cotas sociais e raciais. Em entrevista coletiva concedida na tarde de terça-feira (30), o Prof. Jesualdo disse ainda que seria irresponsabilidade aplicar o percentual de 50% já no próximo ano, tendo em vista que o orçamento da Universidade não previu a despesa.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) divulgou nota manifestando oficialmente a sua defesa “irrestrita” a lei das cotas. A nota diz que “há apenas 10 anos do bicentenário da independência do Brasil, a UNE acredita na política de cotas como mais um instrumento para levar-nos à virada de nossa própria história”. E, citando o ministro Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal (STF), diz que “‘os erros de uma geração podem ser revistos pela geração seguinte’. E é isto o que está sendo feito”.
A Pró-Reitoria de Graduação (PRG) da Universidade de São Paulo apresentou os dados preliminares sobre inclusão social na instituição com o objetivo de propiciar uma avaliação do Inclusp – programa que concede bônus a alunos de escolas públicas no vestibular da Fuvest.
Por Dennis de Oliveira*
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) comemorou nesta terça-feira (16) a regulamentação do sistema de cotas em universidades e escolas técnicas federais para alunos de escolas públicas, com critérios complementares de renda e étnico-raciais. “É um passo importante no sentido de que a gente precisa construir um novo país. Um país em que a igualdade e não há desigualdade seja a marca principal”, disse a senadora.
“O Nosso tempo é um tempo de acesso e democratização das universidades, de ampliação de direitos”, afirmou durante participação no programa Ideias e Debates, da Rádio Vermelho, Daniel Iliescu, presidente da união Nacional dos Estudantes (UNE), ao falar sobre a sanção da presidenta Dilma Rousseff da Lei de Cotas para as Federais.
Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo
Em entrevista ao programa Café com a presidenta, nesta segunda-feira (15), Dilma Rousseff afirmou que o decreto que determina a reserva de metade das vagas de universidades e institutos federais para alunos de escolas públicas, negros e índios contribui para saldar uma dívida histórica do Brasil com os jovens pobres.
