A Medida Provisória 901, enviado pelo governo Bolsonaro libera o desmatamento de metade da área das propriedades rurais na Amazônia
Berlim diz que financiamentos congelados continuam suspensos após Mourão afirmar que pedirá dinheiro a países ricos para proteção florestal. Para governo alemão, os dois países ainda têm ideias distantes sobre o tema.
Menos de um mês após a divulgação do maior índice de desmatamento na Amazônia dos últimos dez anos, presidente assinou uma Medida Provisória que abre o caminho para que parte das áreas públicas desmatadas ilegalmente
Segundo o Inpe, foram registrados 89.178 focos no bioma em 2019, contra 68.345 no ano anterior
Governo atendeu aos interesses do capital, representados pelos latifundiários, agronegócio, madeireiros, mineradoras, grileiros e as empresas transnacionais
Desmatamento na Amazônia atingiu níveis que há tempos não se via
Líder da bancada comunista critica postura do governo brasileiro na COP-25.
Uma das maiores empresas de celulose do Brasil é 50% sueco-finlandesa e 50% brasileira. Tem 2 mil empregados, ocupa 213 mil hectares de terra e produz mais de 1 milhão de toneladas de celulose por ano. Mas a companhia também se revela gigante na ficha criminal: alvo de mais de dez processos, a Veracel Celulose é acusada de desmatar a Mata Atlântica, invadir terras indígenas e ocupar propriedades de pequenos produtores rurais. Tudo à margem da lei e, até aqui, impunemente.
Um relatório da ONG Human Rights Watch (HRW) divulgado nesta terça-feira (17/09) denuncia a ação de redes criminosas que impulsionam o desmatamento e as queimadas na Amazônia, com a participação de invasores de terra e fazendeiros. As ações – que contam com a proteção de milícias armadas – dispararam desde o início do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro (PSL) e sua política ambiental predatória.
As drásticas consequências dos mais de 40 mil focos de queimadas provocadas entre janeiro e agosto na maior floresta tropical do mundo dão maior relevo para o Dia da Amazônia, comemorado nesta quinta-feira, 5 de setembro. Tanto que a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) propõe que a data passe a ser Dia de Luta pela Amazônia.
Por Marcos Aurélio Ruy
Documentos obtidos pelo jornal O Globo mostram que, mesmo provocado por sua área técnica, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) demorou dois meses para autorizar a contratação de brigadistas para atuar no combate aos incêndios florestais. Servidores ouvidos pela reportagem dizem que essa demora pode ter prejudicado o trabalho para evitar os efeitos das queimadas. Em 2019, a autorização só saiu em junho. Em 2018, por exemplo, ela foi dada em março.
Diante do avanço do desmatamento e das queimadas na Amazônia, um grupo de juristas brasileiros prepara desde 23 de agosto uma denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro por crime ambiental contra a humanidade. A denúncia será apresentada ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda.