As drásticas consequências dos mais de 40 mil focos de queimadas provocadas entre janeiro e agosto na maior floresta tropical do mundo dão maior relevo para o Dia da Amazônia, comemorado nesta quinta-feira, 5 de setembro. Tanto que a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) propõe que a data passe a ser Dia de Luta pela Amazônia.
Por Marcos Aurélio Ruy
Documentos obtidos pelo jornal O Globo mostram que, mesmo provocado por sua área técnica, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) demorou dois meses para autorizar a contratação de brigadistas para atuar no combate aos incêndios florestais. Servidores ouvidos pela reportagem dizem que essa demora pode ter prejudicado o trabalho para evitar os efeitos das queimadas. Em 2019, a autorização só saiu em junho. Em 2018, por exemplo, ela foi dada em março.
Diante do avanço do desmatamento e das queimadas na Amazônia, um grupo de juristas brasileiros prepara desde 23 de agosto uma denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro por crime ambiental contra a humanidade. A denúncia será apresentada ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda.
Fazendeiros bolsonaristas formam grupo no WhatsApp para coordenar o “dia do fogo” no Sul do Pará.
Por José Carlos Ruy
A Agência Espacial Europeia alerta que, sob o governo Jair Bolsonaro (PSL), os incêndios na região da Amazônia quadruplicaram. Os dados se referem aos incidentes de janeiro a agosto de 2019, comparados aos dados do mesmo período de 2018.
“O patrimônio da Amazônia – que pertence à toda população brasileira e deveria ser explorado de forma racional em benefício da atual e das futuras gerações – vem sendo saqueado por madeireiros, pecuaristas e garimpeiros e seus compradores brasileiros e estrangeiros. O governo não conta, mas a região já está integrada ao capitalismo global. Ou seja, já foi ‘internacionalizada’.”
Por Leonardo Sakamoto
A crise instalada no governo Jair Bolsonaro (PSL), com a escalada de críticas da comunidade internacional aos incêndios na Amazônia, provocou uma divisão no Planalto nos últimos dias. O núcleo militar voltou a ganhar força ao conduzir uma mudança de rumos no discurso do presidente. Em contrapartida, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ficou isolado, sem papel relevante no processo de “redução de danos”.
Uma nova estatística desmente o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e revela o caráter predatório de seu governo. A seis dias do final de agosto, a quantidade de incêndios no mês já superou a média histórica dos últimos 21 anos. Segundo dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelados neste domingo (25), foram registrados 25.934 focos de queimadas na Amazônia nos primeiros 25 dias do mês. A média para o mês completo (31 dias) é de 25.853 focos.
Manifestações em diversas cidades do Brasil e do mundo deram a largada, nesta sexta-feira (23), para uma expressiva onda internacional de repúdio à política do governo Jair Bolsonaro (PSL) para o meio ambiente. A mobilização para os protestos – já esperada diante dos últimos registros de queimadas e desmatamento na Amazônia brasileira – ganhou mais força com as desastradas e irresponsáveis declarações do presidente após a repercussão do caso.
Um dos obstáculos a impedir uma discussão racional sobre o aumento de queimadas e desmatamento no Brasil está na baixa qualidade da informação – de todos os lados. A Amazônia não é o “pulmão verde” do mundo, por exemplo. Emmanuel Macron, António Guterres, Leonardo DiCaprio e até Cristiano Ronaldo tuitaram esses dias, provavelmente um reproduzindo o outro, ou terceiros, que a floresta amazônica produz 20% do oxigênio do mundo. É uma asneira de proporções bolsonarianas.
Por Marcelo Leite
Por conta da grave crise no país com aumento do desmatamento e queimadas na região amazônica, o tema ambiental ocupou a centralidade nos debates no Congresso Nacional. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), peticionou no STF um pedido para que parte dos R$ 2,5 bilhões depositados pela Petrobrás em conta vinculada à Justiça Federal seja destinado para combater queimadas na região. Ele também anunciou que a Casa vai criar uma comissão externa para acompanhar as queimadas.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL), com sua atual retórica política, é corresponsável pelo aumento das queimadas e do desmatamento na Amazônia. A opinião é de Carlos Nobre, climatologista aposentado do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e atualmente ligado ao Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP). Segundo Nobre, o governo brasileiro está promovendo modelos de desenvolvimento agrícola baseados nas queimadas e no desrespeito às leis ambientais.