“Não existe injustiça mais devastadora do que condenar um inocente”, declarou a presidenta Dilma Rousseff, na manhã desta quinta-feira (12), após receber a notificação do seu afastamento temporário do cargo de Presidenta da República, enviado pelo Senado. “Diante da decisão do Senado, eu quero esclarecer os fatos e denunciar os riscos de um impeachment fraudulento, um verdadeiro golpe”, afirmou.
Dilma fala pela primeira vez à Nação após a votação no Senado que aprovou o afastamento e a admissibilidade do processo de impeachment. Acompanhe:
A presidenta Dilma Rousseff utilizou as redes sociais para se manifestar contra o golpe votado pelo Senado nesta quinta-feira (12), de admitiu o seu afastamento da presidência e abriu o processo de impeachment mesmo sem crime de responsabilidade configurado.
A senadora afirmou que a elite conservadora não se sente capaz de jogar e ganhar em campo aberto, no tempo regulamentar.
A presidenta Dilma Rousseff deixará o Palácio do Planalto com um ato político para denunciar o que considera um golpe contra seu governo. A notificação sobre a decisão dos senadores chegará à presidenta na manhã desta quinta-feira (12).
Movimentos organizados marcaram atos para estar quinta (12) em frente a diversas sedes locais do PMDB, às 17h. Os manifestantes cobram a prisão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e se colocam contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
“Estamos vivendo hoje um momento histórico e vergonhoso”, falou o senador Telmário Mota (PDT-RR) na sessão do impeachment que acontece nesta quarta-feira (11), no plenário do Senado e lembrou ainda de duas palavras que nunca foram tão faladas, “a Constituição” e “a Democracia”, porém, disse o senador, elas não estão sendo respeitadas.
De acordo com o vice-líder do governo na Câmara, o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) a presidenta Dilma Rousseff fará um pronunciamento após a votação no Senado sobre o processo de impeachment.
A um dia da votação do Senado que deve decidir se será afastada, a presidenta Dilma Rousseff disse que é uma "figura incômoda" mas que vai se manter de "cabeça erguida" e lutará com todas as suas forças para que o seu mandato termine somente no dia 31 de dezembro de 2018. A presidenta afirmou ainda que está "cansada de desleais e traidores", mas que isso impulsiona ainda mais a sua luta. Para ela, a história dirá "o quanto de violência contra a mulher" há neste processo de impeachment.
O aterrador 17 de abril deu a arrancada para um golpe de Estado em pleno século 21, na pátria amada Brasil. Não há mais como "diversionar". É já de conhecimento interno e externo que a justificativa invocada para o impeachment expõe espalhafatosamente uma pantomima de mau gosto.
Por Renato Rabelo*