Luís Corvalán, principal dirigente do Partido Comunista do Chile por mais de trinta anos, foi o segundo homem do governo Allende. Nesta entrevista inédita, realizada há vinte anos, ele analisa os momentos cruciais da Unidade Popular, do golpe e fala do projeto de sociedade que tinham em mente. “Queremos um socialismo com democracia e liberdade, com sabor de vinho tinto e cheiro de empanada”, como dizia Allende.
Por Gilberto Maringoni, na Carta Maior
Eles sempre se lembrariam da dor, dos flagelos e das ameaças a cada hora do dia, dos homens taciturnos que percorriam os corredores escuros à cata do próximo escolhido para virar estatística. Sempre se lembrariam, com pudor, da urina nas calças quando foram pegos pela patrulha de carabineiros, sem saber o que seria da vida e da morte dali em diante.
Por Maurício Brum, no site impedimento.com
No dia 11 de setembro de 1973 teve início uma das ditaduras mais brutais da América Latina: mais de 3 mil mortos, quase 38 mil torturados e centenas de milhares de exilados. Alguns dias após o golpe de Estado, o diretor de cinema Bruno Muel foi ao Chile e, a seguir, revela seu testemunho…
Por Bruno Muel*, no Le Monde Diplomatique
A República Bolivariana da Venezuela realizou, nesta quarta-feira, 11 de setembro, quando se completou 40 anos do golpe contra o presidente socialista Salvador Allende, o Encontro Nacional Antifascista. O objetivo do evento foi desenvolver, no âmbito da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), um espaço de reflexão e de luta contra ameaças antidemocráticas que ainda persistem na América Latina. Milhares foram as ruas para rechaçar o fascismo.
“Viva o Chile! Viva o povo! Viva os trabalhadores! Estas são minhas últimas palavras e tenho a certeza de que meu sacrifício não será em vão. Tenho a certeza de que, pelo menos, será uma lição moral que castigará a perfídia, a covardia e a traição.” Estas foram as últimas palavras antes de Salvador Allende se suicidar quando o Palácio de la Moneda foi bombardeado pela Força Aérea. Quarenta anos depois do golpe, qual o seu legado para a América Latina?
Por Vanessa Silva, do Portal Vermelho
Nesta quarta-feira, 11 de setembro, completam-se 40 anos desde que o general Augusto Pinochet interrompeu, com um golpe de Estado, a experiência de governo popular que vinha sendo implantada por Salvador Allende. As falhas e deficiências que debilitaram o governo Allende são debatidas até hoje. Para a historiadora Elisa de Campos Borges, que pesquisou o processo em seu doutorado, as divergências internas da esquerda enfraqueceram o governo.
Por Vanessa Silva, do Portal Vermelho
No início da manhã de 11 de setembro de 1973, Salvador Allende ainda acreditava que o golpe de Estado em andamento poderia ser contornado. Não era a primeira vez que um grupo de militares se insurgia contra o governo. Agora, o levante havia começado pela Armada – e restava a esperança de que a revolta fosse reduzida a alguns navios no porto de Valparaíso.
Por Maurício Brum, especial para o Sul21
No começo da década de 1970, as bancas de jornal eram a representação da batalha ideológica que dividiu o Chile. Os diários mais tradicionais faziam oposição ferrenha ao projeto da Unidade Popular do presidente Salvador Allende, mas este tinha também seus defensores, sobretudo em publicações voltadas ao público operário, que cresceram justamente por apoiar o governo.
Por Victor Farinelli*, no Opera Mundi
Na véspera dos 40 anos do golpe de Estado que destituiu o governo socialista de Salvador Allende, a ex-presidenta e candidata favorita nas eleições de novembro, Michelle Bachelet, visitou o lugar onde ela e a mãe, Ângela Jeria, foram torturadas após o golpe de Estado que também matou seu pai, um general da Força Aérea que se opôs ao golpe e morreu na prisão em março de 1974. Em todo o país estão sendo realizados diversos atos para lembrar a data.
Interessante, antes e após a queda do regime de Pinochet, ditadura cruel e implacável, foi a defesa, por certos órgãos da mídia internacional e brasileira, do regime chileno como modelo para o Brasil.
Por Samuel Pinheiro Guimarães*, na Carta Maior
No dia 4 de setembro de 1970, o Chile elegeu a Salvador Allende, apoiado na aliança socialista-comunista, para ser presidente, por um mandato de seis anos, com um programa socialista. O centro do programa era a nacionalização dos 150 maiores conglomerados econômicos, o que na prática significaria expropriar o eixo fundamental do grande capital nacional e estrangeiro no Chile.
Por Emir Sader*, na Carta Maior
Desde 1961, assim que tomou posse, o presidente John F. Kennedy nomeou um comitê encarregado das eleições que ocorreriam três anos depois no Chile. Segundo pesquisa da Comissão Church do Senado estadunidense [1], era composto por altos funcionários do Departamento de Estado, da Casa Branca e da CIA. Esse comitê foi reproduzido na embaixada dos EUA em Santiago, capital chilena. O objetivo era impedir que o candidato socialista, Salvador Allende, ganhasse as eleições [2].