Certas coisas não foram ditas. Por exemplo: com qual nome Pablo Javier Gaona Miranda viveu ao longo de seus 34 anos? Quem era o casal que se dizia seu pai, que se dizia sua mãe? Outras coisas, porém, foram ditas – e são coisas assombrosas.
Por Eric Nepomuceno, da Carta Maior
Para debater o resgate histórico e a memória de períodos autoritários, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, o Memória Aberta de Buenos Aires e a Coalisão Internacional de Sítios de Consciência promovem esta semana – de 14 a 17 – a Conferência Internacional Memória: América Latina em Perspectiva Internacional e Comparada, no Rio de Janeiro.
Tribunal de Justiça de SP julga nesta terça-feira (14) recurso de Brilhante Ustra. Justiça paulista decidirá se é procedente a sentença de outubro de 2010 que declarou o ex-comandante do DOI-Codi culpado pela tortura de três integrantes da família Teles nas dependências do órgão. Segundo entidades de direitos humanos, no período em que Ustra esteve à frente da unidade foram torturados no local 502 presos políticos, 40 dos quais morreram em decorrência dos abusos.
O Fórum Aberto pela Democratização da USP deseja que a universidade anule a demissão por “abandono de função” de Ana Rosa Kucinski Silva, sequestrada e assassinada em 1974 pelos órgãos de repressão da ditadura (1964-85).
Os repressores condenados por delitos durante a ditadura têm direito a estudar? O papel da universidade pública e o caso de ex-agentes interessados em estudar na Universidade de Buenos Aires, finalmente ficou resolvido. Por unanimidade, o Conselho Superior desta casa de estudos decidiu recusar a inscrição de condenados e processados por delitos de lesa humanidade em seu programa UBA XXII, de educação superior em prisões.
Jamais se vira um dominicano deixar o coro para ir matar-se, e não um dominicano qualquer, mas um que trazia dentro de si a história de uma pátria , e que vivera experiências universais em nosso século, tais como resistência, torturas, o exilio.
Por Stella Maris, no blog do Nassif
Armados com bandeiras, megafones, cartazes e muita indignação, dezenas de jovens promoveram um esculacho à estátua do general Humberto Castelo Branco, e primeiro ditador dos anos de chumbo, no Leme, bairro da cidade do Rio de Janeiro. Precedido de um ato político e de uma caminhada sob o forte sol da praia de Copacabana, o esculacho, realizado em 30 de julho, ganhou um vídeo emocionante e recentemente divulgado. Vale a pena conferir!
Para celebrar a parceria entre as duas entidades, a Fundação Carlos Chagas e o Instituto Vladimir Herzog lançam o Ciclo Memória e Verdade, uma rodada de palestras com personalidades que vivenciaram o período de ditadura no Brasil. O ciclo é uma iniciativa do Projeto Livros ParaTodos, criado pela Fundação Carlos Chagas, com o objetivo democratizar o acesso aos livros, incentivando a leitura e ampliando os acervos de bibliotecas pelo País.
A associação argentina Avós da Praça de Maio informou que identificou a 106ª pessoa sequestrada pela ditadura militar do país (1976-1983). A entidade deve fornecer mais detalhes sobre o feito em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (7).
Em Buenos Aires, a Câmara Federal confirmou nesta segunda-feira (6) o processo e prisão preventiva do ex-tenente Julio Poch, um dos pilotos dos chamados “Voos da Morte” realizados durante a ditadura militar argentina.
Nossos países, uns mais, outros ainda nem tanto, comprovam que não há verdade que alguém possa esconder para sempre. Que não há silêncio absoluto para a memória: alguma hora, alguma vez, ela se fará ouvir, fará soar o que quiseram calar.
Por Eric Nepomuceno*
Combater a corrupção e derrotar o comunismo: esses eram os principais objetivos que fermentavam os discursos nos quartéis, às vésperas do golpe que derrubou o governo João Goulart, em março de 1964.
Por Heloisa Maria Murgel Starling, em Brasilianas