Nos anos 1990, na vigência da democracia e com presidente eleito por voto direto, os órgãos de informação do governo continuaram monitorando pessoas, partidos e movimentos sociais, entre outros alvos.
O cemitério de Perus, onde os torturadores enterraram tantos heróis, vai ficar conhecido como a Colina dos Mártires. João Amazonas pronunciou essas palavras para definir o Cemitério dom Bosco, em Perus, um dos locais em que muitas vítimas fatais da barbárie que tomou conta do país com o regime de 1964 foram sepultadas em São Paulo.
Documentos secretos produzidos pelo extinto Estado-Maior das Forças Armadas (Emfa) durante a ditadura militar revelam que o governo brasileiro forneceu armamentos militares ao Chile para a repressão interna no regime do general Augusto Pinochet (1973-1990).
Uma equipe multidisciplinar, encabeçada pelo juiz Horacio Cattani conseguiu a identificação de quatro jovens desaparecidos na década de 70, pela ditadura militar argentina. A formalização deste processo foi realizada pela Câmara Federal de Apelações no Criminal e no Correcional da Capital Federal, que identificou estas pessoas e cujos corpos tinham sido sepultados como NN. Os restos identificados foram entregues as suas famílias, informou o Centro de Informação do Poder Judiciário.
O Ministério da Defesa informou na tarde desta sexta-feira (29), que localizou em seu arquivo documentação sigilosa produzida ou acumulada pelo extinto Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA) entre 1946 a 1991. Em nota, o Ministério explica que esses arquivos foram encontrados durante levantamento realizado para atender as determinações da lei de Acesso à Informação.
O livro 68 a geração que queria mudar o mundo, lançado em agosto de 2011, é um calhamaço de 690 páginas que, em vez de assustar pelo peso e volume, deixa em toda a gente um fascínio. Explico, ou tento explicar. De agora em diante, ele será um volume de consulta obrigatória, para que não se cometam mais tantos atentados à história e à verossimilhança em telenovelas, peças e filmes no Brasil, quando o assunto for ditadura.
Por Urariano Mota
A presidenta da Comissão da Verdade da Câmara, deputada Luíza Erundina (PSB-SP), disse nesta segunda (29) que os debates que ocorrerão em meio ao Seminário Internacional Operação Condor, marcado para os dias 4 e 5 de julho, podem trazer à tona informações sobre desaparecidos políticos no período da ação, ocorrida nos anos 1960.
Documentos do Arquivo Nacional guardam dossiê produzido pelo regime militar contra Angelo Pezzuti, principal líder do Comando de Libertação Nacional (Colina), conhecido como Gabriel e Cabral.
Seminário Internacional sobre Operação Condor será realizado na Câmara dos Deputados na próxima semana, entre os dias quatro e cinco de julho com representantes da Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Estados Unidos. O evento pretende trazer ao Brasil jornalistas, parlamentares e pesquisadores para debater a ação conjunta organizada pelos governos militares na América do Sul entre as décadas 1960 e 1980.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro, Wadih Damous, anunciou nesta quinta-feira a criação da Comissão da Verdade do órgão. O objetivo é que a seccional possa ouvir relatos sobre a atuação de juízes e promotores da justiça militar durante os julgamentos de presos políticos na ditadura.
Nesta terça-feira (27) o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra foi condenado pela Justiça de São Paulo a pagar uma indenização de R$100 mil à família do jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, morto sob tortura em 1971 nas dependências do DOI-Codi. O Secretário Nacional de Justiça do Ministério da Justiça, Paulo Abrão, comenta a decisão: “É uma vitória contra a transição imposta pela ditadura que pretendia gerar esquecimento e impunidade”.
Boletins de ocorrência envolvendo mortes violentas entre 1973 e 1978, nos quais poderiam constar informações sobre militantes políticos que passaram pela Casa da Morte de Petrópolis — aparelho clandestino montado pelo Centro de Informações do Exército (CIE) — desapareceram dos arquivos da extinta 67ª DP (Centro de Petrópolis).