Há uma ansiedade no ar quando o assunto é Eduardo Cunha. Com tantas notícias sobre gastos nababescos da sua família com dinheiro de corrupção e detalhes sobre sua colaboração em esquemas ilícitos, os brasileiros se perguntam: por que Cunha ainda não foi preso?
Por Marina Rossi
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ingressou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar suspender a votação no plenário da Câmara dos Deputados do processo que pede sua cassação. O mandado de segurança foi protocolado na calada da noite desta terça-feira (2).
Na semana final das convenções municipais que escolhem os candidatos às eleições deste ano e início dos jogos das Olimpíadas, a Câmara dos Deputados encerrou os trabalhos nesta quarta-feira (3) sem definir a situação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No reinício dos trabalhos legislativos, esta semana, deputados de vários partidos cobraram do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que fosse lido em Plenário o relatório que pede a cassação de Cunha.
Nesta terça-feira (2), na volta dos trabalhados legislativos, lideranças do PCdoB na Câmara dos Deputados cobraram do novo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mais agilidade no andamento do processo de cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os deputados Daniel Almeida (Líder do PCdoB) e Jandira Feghali (Líder da Minoria) pedem que a cassação avance no Plenário.
Com o fim do recesso parlamentar, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira (1º) que fará um esforço para que o processo de cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vá a votação em Plenário ainda neste mês.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) denunciou nesta quarta-feira (27) articulações feitas pessoalmente, segundo ele, pelo presidente interino, Michel Temer, para que a votação da cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) só ocorra depois da decisão do Senado sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Os tiques nervosos do Judas Michel Temer devem ter piorado nos últimos dias. Uma nota publicada neste final de semana na coluna Radar, da revista Veja, é perturbadora.
Por Altamiro Borges*, em seu blog
O presidente interino Michel Temer trocou seis por meia dúzia, como diz o linguajar futebolisco, ao nomear o deputado federal (PMDB-AL), Marx Beltrão, no lugar do ex-deputado federal, Henrique Alves (PMDB-RR), que foi afastado do Ministério do Turismo por fortes indícios de seu envolvimento no âmbito da Operação Lava Jato.
Por Eliz Brandão
O colunista Kennedy Alencar destacou nesta segunda-feira, 18, que a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara pode aumentar o risco de retaliação por parte do deputado Eduardo Cunha (PMDB), fiel aliado da ascensão de Temer e que está prestes a ter o mandato cassado.
Conversas recuperadas pelos investigadores da Operação Lava Jato do celular de Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, mostram que houve um acordo entre o interino Michel Temer e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Em momentos de viragens, de derrota – quando orientações políticas envelheceram ou estão prestes a ficar superadas, quando sob tal nevoeiro os partidos da esquerda revolucionária são chamados a fazer convergências pontuais, passageiras, tópicas, com forças do campo político oposto, explorando contradições no terreno do adversário –, afloram obrigatoriamente turbulências e divergências por diferentes motivações.
Por Adalberto Monteiro*
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara decidiu hoje (14), por 48 votos a 12, rejeitar o parecer do relator do recurso de Cunha na CCJ, Ronaldo Fonseca (PMDB-BA), que recomendou que o processo voltasse ao Conselho de Ética, sob o argumento de que a votação na qual a cassação foi aprovada seria nula, pois deveria ter sido por meio eletrônico e não nominal ao microfone, como ocorreu.