Mais um filme de Quentin Tarantino chega às telas, e mais uma vez a polêmica se instaura sobre a glorificação da violência, o espetáculo da morte. Desta vez, ao invés de reescrever a morte de Hitler, como fez em Bastardos Inglórios, o cineasta e roteirista propõe nada menos do que reescrever a história da escravidão nos Estados Unidos.
Por Bruno Carmelo (*)
Em 1872 a população escrava no Brasil representava 15,24% da população. Os estrangeiros somavam 3,8%, a maioria deles portugueses, alemães, africanos livres e franceses. Os números são de um censo que é a única contagem da população durante o período imperial feita em todo o território brasileiro.
O Brasil é a sexta maior economia do mundo e tem recebido atenção (e investimentos) do mundo afora por ter conseguido manter níveis estáveis de desenvolvimento apesar da crise financeira. No entanto, na contramão desta imagem vendida lá fora está um anacronismo social que insiste em manter-se vivo no País: o trabalho escravo.
O dia 13 de Maio, Dia da Libertação dos Escravos no Brasil, que já foi feriado nacional, nos últimos anos, tem sofrido com o silêncio da grande mídia sobre o assunto. Por isso, o presidente da ONG Negro em Movimento, da Bahia, jornalista Nilton Nascimento, considerou muito importante a sessão solene realizada na manhã desta segunda-feira (28), no Congresso Nacional, em Brasília, em comemoração à data. Para ele, a sessão serve para que se divulgue a condição do negro no País.
As comemorações dos 124 da Lei Áurea hoje (13), perderam o brilho. Mais uma vez, a Câmara dos Deputados adiou a votação da Proposta de Emenda Constitucional 438, a chamada PEC do Trabalho Escravo, que prevê a expropriação das terras em que a prática for comprovada. A bancada ruralista foi quem deu a última palavra. O argumento é meramente ideológico: a defesa intransigente da propriedade.
Por Najla Passos.
Em Registro, no Vale do Ribeira, Paulo, uma antiga comunidade quilombola luta na Justiça para reaver seu terreno com cerca de 60 hectares. São descendentes de escravos libertos na área desde 1850. Lá, vivem 25 famílias, que sobrevivem do trabalho como mensalista e diarista nas fazendas dos arredores de suas terras; trabalhando nas plantações de banana e pupunha, além da comercialização do excedente de pequenas lavouras e plantas ornamentais.
A relação dos 100 locais mais significativos da memória do tráfico negreiro e da história dos africanos escravizados no Brasil será apresentada nesta quarta-feira (25), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro, durante a quarta edição do Festival Internacional do Filme de Pesquisa sobre História e Memória da Escravidão Moderna.
Sessão especial homenageia 28 milhões de africanos vendidos, na maioria dos casos, para colónias das Américas do Norte e Sul e do Caribe.
A Organização das Nações Unidas (ONU) repudiou neste domingo (25) as dívidas, o tráfico de pessoas, a exploração sexual, o trabalho infantil, os casamentos forçados e o recrutamento de menores para conflitos armados, pois são formas contemporâneas de escravidão.
O tráfico humano, uma das atividades de crime organizado que mais aumenta em todo o mundo, fez mais de 12 milhões de vítimas em 2010, submetendo-as a trabalhos forçados e prostituição compulsória, entre outras violências.
Fiscalização encontrou condições degradantes e jornadas de até 16 horas em lavouras de soja, café e milho. Ao todo, 24 pessoas foram resgatadas.
Por Daniel Santini