O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, avisou na tarde desta terça-feira (13), em visita ao Brasil, que os Estados Unidos não vão parar com o sistema de "espionagem" a cidadãos no país e exterior. Para o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, se a prática for mantida, as relações entre os Estados Unidos e o Brasil podem se enfraquecer, por causa de dúvidas e desconfianças.
A defesa do soldado Bradley Manning, que enfrenta até 90 anos de cárcere por entregar milhares de documentos secretos ao site Wikileaks, apresentará hoje suas alegações em uma audiência em Fort Meade, estado de Maryland.
Embora os incidentes diplomáticos com os Estados Unidos sejam cada vez mais frequentes e se tornem habituais, as denúncias recentes de espionagem através de recursos da Internet desgastam ainda mais a credibilidade de suas relações internacionais. O avanço industrial e tecnológico deste país norte-americano não vê barreiras à sua ingerência no resto do mundo.
Por Bruno Peron*, em seu blog
Julian Assange, fundador da organização de divulgação de documentos diplomáticos e militares secretos WikiLeaks, afirmou neste domingo (11) que a população mundial está em dívida para com o analista informático Edward Snowden, que aponta como responsável pela reforma do programa de espionagem anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, nesta sexta-feira (9).
A Mesa do Senado já encaminhou aos líderes dos partidos o pedido para que sejam indicados os membros da CPI da Espionagem. O depoimento do jornalista Glenn Greenwald e as matérias publicadas pela imprensa esta semana deram força à instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito proposta pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM-foto), que já foi lida e aprovada pelo Senado.
As denúncias de espionagem por parte dos Estados Unidos estarão nas conversas entre o governo brasileiro e o secretário de Estado americano, John Kerry, que chega ao Brasil, na terça-feira (13). Segundo o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, a questão já é objeto de tratamento bilateral com o governo norte-americano e permanecerá sendo tratada, por sua natureza, em ambiente de relativa reserva, mas o Brasil continuará na busca das explicações.
O Brasil está pronto para dar proteção ao jornalista americano Glenn Greenwald, colunista do jornal The Guardian, após seu depoimento, na última terça-feira (6), na Comissão de Relações Exteriores do Senado, sobre a espionagem dos Estados Unidos.
A Câmara e o Senado vão ouvir em audiência pública representantes de empresas de telecomunicações e internet que teriam colaborado com o esquema de espionagem montada em Brasília, pelo Governo dos Estados Unidos, para o monitoramento de e-mails e ligações telefônicas de organizações e cidadãos brasileiros. E convidar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, para discutir as denúncias confirmadas pelo jornalista norte-americano Glenn Greenwald em audiência nesta terça-feira (6).
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado afirmou, nesta terça-feira (7), querer saber se as empresas de telecomunicações e informática brasileiras que mantêm acordos comerciais com as norte-americanas sabiam do esquema de espionagem dentro do Brasil. O jornalista Glenn Greenwald, que publicou os documentos enviados pelo ex-técnico da inteligência norte-americana, Edward Snowden, deu declarações à CRE nesta terça.
O colunista Glenn Greenwald, do jornal britânico The Guardian, em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado, nesta terça-feira (6), disse que os Estados Unidos não usam essas informações obtidas por meio de espionagem eletrônica e telefônica só para se proteger do terrorismo, mas também para obter vantagens comerciais e industriais.
O jornalista Gleen Greenwald, que revelou as primeiras informações da rede de espionagem mundial dos Estados Unidos a partir dos vazamentos do ex-técnico terceirizado da NSA e da CIA Edward Snowden, afirmou nesta terça-feira (6) que o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, parabenizou a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) pela espionagem feita no Brasil.
O mundo contemporâneo das finanças é sobretudo acerca da informação, os dados sobre clientes de bancos, companhias de seguros, pensões e investimentos, bem como outras entidades que tratam de negócios financeiros, devem ser recolhidos, armazenados, processados e utilizados.
Por Valentin Katasonov [*]